16.03.2019
Praça de Touros de Redondo
Festival da Rádio Campanário
Cavaleiros:
António Telles
Ana Batista
Leonardo Hernández
João Maria Branco
Matadores:
Juan Serrano “Finito de Córdoba”
Ginés Marín
Grupos de Forcados Amadores de Montemor-o-Novo e Redondo
Ganadarias (por ordem de lide):
Passanha, Prudêncio, Maria Guiomar Cortes de Moura, Romão Tenório, José Luís Cochicho, José Luís Cochicho.
Esteve a tarde morna e temperada neste sábado primaveril para receber mais um festival da Rádio Campanário, data já consolidada e esperada no calendário taurino nacional.
Pouco público, meia casa, sendo generoso, sem explicação, para um cartel atrativo, praça confortável e moderna e dia primaveril. Enfim, as gentes lá sabem.
Começou o festival lembrando Aqueles, muitos, que tem partido ultimamente, em vez do minuto de silêncio, lembrados na voz e guitarra de um fado e na memória de todos.
António Telles perante um novilho Passanha sentiu as dificuldades do touro de abertura da corrida, muita confusão, touro distraído pelas bancadas e uma lide com pouca transmissão no público.
Novilho pegado à segunda tentativa pelos Amadores de Montemor, em dia de rodagem de forcados mais jovens, pelo forcado Joaquim Borges. Na primeira não mandou no novilho, deixou-o sair solto e reuniu com violência, saindo imediatamente.
Na segunda emendou a mão e na mesma reunindo com violência, virtude de recuar pouco, conseguiu ficar e consumar. Bem ajudado e pega rematada com discrição e correção por Manuel Vacas de Carvalho.
Ambos agradeceram nos médios, com critério.
A Ana Batista tocou um novilho-touro de Prudêncio, mais forte que os demais e com isso causando maior aperto e perigosidade, Ana não se intimidou e deu-lhe lide ajustada, com alguns toques, em virtude de ter dado o máximo.
O Prudêncio foi pegado sem dificuldades por Luis Feiterona, dos Amadores de Redondo, pega limpa, rápida, onde o touro sai pronto e franco e entrou pelo grupo que bem fechou a pega.
Volta para ambos após insistência do público e agradecimento discreto nos médios.
O ponto alto da tarde veio no terceiro, um Maria Guiomar com a investida típica e tão desejada para o toureio a cavalo, pastueño, galope marcado e sem apertar, permitiram a Leonardo Hernandez uma lide cheia de quiebros, adornos, ferros de palmo e violino e muita ligação com o público, destacou-se pela transmissão nas bancadas.
O terceiro foi pegado por Manuel Carvalho, dos Amadores de Montemor, à segunda, não tendo conseguido, na primeira, aguentar a viagem cómoda, mas por baixo, do novilho, tendo-se soltado na fase dos segundas.
À segunda e perante o mesmo modelo, conseguiu consumar e fechar a pega.
Volta para ambas.
Feliz regresso de João Maria Branco, num Romão Tenório mais anovilhado, que saiu em quarto, mal visto de longe, causou problemas iniciais a João Maria, sobretudo com as distâncias e escolha de terrenos, permitindo alguns toques, até ao momento em que entendeu o problema de visão do novilho, terrenos e distâncias afinadas e os bons ferros chegaram, emoção, impacto nas bancadas e ligação.
Não se notou a ausência de João Maria e é muito bem-vindo, que o regresso seja para ficar.
Pegou, pelos Amadores de Redondo, André Claudino, sem dificuldades, à primeira tentativa, pega rápida, bem ajudada e bem rematada.
Volta para ambos.
Na parte apeada podemos sintetizar que quer o novilho de Finito, quer o de Marín, ambos de José Luís Cochicho, o que tinham de qualidade era pelo lado esquerdo e ao natural, de um em um, se o primeiro tinha menos transmissão e menos recorrido, também humilhando menos, o segundo, com um pouco mais de mobilidade, mas que não suficiente para que as faenas tivessem ganho dimensão, somando-se num saludo e silêncio.
Tarde morna quer no aspeto meteorológico, quer no artístico. Melhores virão com certeza, estamos a começar.