23.02.2019, Praça de Touros do Campo Pequeno, Lisboa
Festival comemorativo do Dia da Tauromaquia
Casa cheia
Cavaleiros (atuações a duo):
- António Telles com João Telles Júnior,
- Rui Salvador com Francisco Palha,
- Luís Rouxinol com Filipe Gonçalves,
- Rui Fernandes com Moura Júnior
Matadores:
- António João Ferreira
- Nuno Casquinha
- Manuel Dias Gomes
Seleção de Cabos de Grupos de Forcados Amadores associados da ANGF
Ganadarias:
- Passanha, Ribeiro Telles, Calejo Pires, Condessa de Sobral, Falé Filipe, Prudêncio e Romão Tenório.
Direção: Manuel Gama
Que me perdoem os Artistas, que nós também perdoaremos o que eventualmente lhes tenha corrido menos bem, que nos perdoem os Ganaderos, que igualmente perdoaremos os novilhos que não investiram ou investiram pior.
Não foi dia para falarmos neles, temos toda a temporada para o fazer, foi dia de celebrar a festa espelhada no povo, no bulício da pessoas, no serpenteio de miúdos e graúdos dentro e fora de portas da Monumental Lisboeta, dos vomitórios apinhados de gentes querendo entrar para os seus assentos, do brilho nos olhos das crianças brincando ao touro.
Foi dia de honrar os Mortos e abraçar os vivos, de viver de touros.
O espetáculo poderia ter sido melhor? Poderia, mas o objetivo era o mesmo: mostrar que estamos vivos, saudáveis e que temos voz.
No dia da tauromaquia triunfou a Família Silva, Lopes, Santos, e todas as demais famílias anónimas que acudiram ao Campo Pequeno, triunfou o Avô que segurava o seu neto ao colo para que visse melhor o touro e o cavalo, triunfou a Avó que levava pela mão a neta que queria ver as pegas.
Triunfou o casal que juntou os seus amigos e depenicando meia dúzia de queijadas de Sintra, empurradas por uma cerveja, aplaudiu o espetáculo da Torrinha, a vertigem do Palha; que se assustou com a queda do Rui Salvador e cerrou dentes com a sua vergonha torera e pundonor; que se levantou que nem molas com os violinos do Rouxinol e do Filipe Gonçalves.
Depois, do Norte veio a família que vinha ver pegas e forcados, os Cabos que iam atuar! aguentando os nervos das muitas tentativas e gritando quando corria mal, mas também viram grandes primeiras ajudas.
Lá de baixo, do Baixo Alentejo, onde o sol mais almareia, vieram para ver os toureiros de a pé, aplaudir faenas e gritar olé!
Uns gostando mais dos derechazos do Ferreira, outros queriam espreitar os pares de bandarilhas do Casquinha, e ainda outros das verónicas a camara lenta do Dias Gomes.
E os touros, uns maiores, outros menos, os que não andavam, as gentes empurravam, era indiferente, foi pouco o tempo para tantas conversas, tantos abraços.
Quem me perdoem os Artistas se não relato o que fizeram, fizeram muito mais do que pode ser contado, fizemos todos.
Que linda vida foi a de Lisboa das Touradas, Longa vida à Tauromaquia!