“Só vestirá a jaqueta do GFA de Alcochete quem tiver valor”

A preparação para a nova temporada continua no grupo de Alcochete, que actua a 30 de Março, na corrida de homenagem ao forcado Fernando Quintela. No próximo sábado o grupo tem um treino na Praça de Toiros de Alcochete onde vão estar à venda bilhetes para o festival

No sábado, pelas 15h00, o Grupo de Forcados Amadores de Alcochete, vai realizar mais um treino de preparação para a próxima temporada. Este treino será de preparação para o Festival de homenagem a Fernando Quintela, que acontece a 30 de Março, por isso, quem quiser adquiri o bilhete para o festival, pode fazê-lo nas bilheteiras da praça durante o treino.

“Os treinos têm decorrido de forma positiva, com muitos jovens que aparecem pela primeira vez e o com grau de exigência elevada para que os elementos que já têm anos de grupo possam continuar a evoluir”, revela Nuno Santana, cabo de Alcochete, à Tauronews. E acrescenta: “Felizmente todos os anos temos uma afluência grande de novos elementos e mantido a estrutura base do Grupo, com elementos no activo há mais de 15 anos. Este ano começamos no primeiro treino com 53 elementos, dos quais 17 eram caras novas”.

No que se refere a elementos novos, o cabo não tem dúvidas que o que “mais importa referir é que só vestirá a jaqueta dos Amadores de Alcochete quem tiver valor para tal, e essencialmente, que saiba respeitar os princípios base e identidade do nosso Grupo. Humildade, amizade e galhardia”, conta Nuno Santana.

No que se refere às corridas já marcadas o cabo viu com surpresa não ter o seu grupo nas corridas anunciadas do Campo Pequeno. “Nesta fase de pré-temporada são vários os contactos que acontecem, os compromissos assumidos e as promessas que desejamos ver cumpridas. Não posso deixar de assumir que vemos com surpresa a ausência do grupo no primeiro lote de corridas anunciadas para o Campo Pequeno. Mas alimentamos o desejo de uma vez mais pisar a arena da principal praça de toiros do país, até porque, o lugar nas principais Feiras e Praças conquista-se com actuações, valor e entrega, e quanto a isso, temos a consciência do nosso valor”, revela.

No que se refere a corridas já marcadas, há uma que é muito importante para o Grupo que é “a grande corrida de homenagem ao Fernando Quintela no dia 30 de Março em Alcochete. Esse será um momento importante para nós, de homenagem devida e merecida ao Forcado, ao Homem, ao Amigo e Filho que cedo nos deixou”.

Já em relação ao número de corridas, o cabo de Alcochete acha que vai “realizar o mesmo número do corridas que o ano passado, dado que, o sector empresarial privilegia muitos factores que não apenas o estrito valor dos Grupos”, diz Nuno. E avança: “As expectativas e os objectivos, ano após ano, serão sempre fazer mais e melhor. Estar presente em mais corridas e ter melhores actuações. Quem faz parte deste grupo não pode ficar satisfeito apenas com o bom, deve procurar a excelência. Sabemos que nem tudo depende de nós, como as oportunidades e contratações, por isso, em cada actuação compete-nos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para honrar a jaqueta dos Amadores de Alcochete”.

No que se refere à tauromaquia, Nuno não tem dúvidas de que é cultura. “A tauromaquia é hoje alvo de ataques de grupos organizados e subsidiados internacionalmente, por pessoas que pouco ou nada se importam com as tradições e cultura do nosso país. À boa maneira dos regimes absolutistas querem incutir nos outros os seus gostos. Nós aficionados aos toiros sejamos portugueses, espanhóis, franceses, mexicanos ou de qualquer outra nacionalidade, devemos estar mais unidos que nunca. A tauromaquia é Cultura, é Identidade, mas é também uma actividade de negócio. Por isso, é necessário que todos os agentes da festa tenham presente de devem alimentá-la e fomentá-la, com base em princípios basilares como a responsabilidade, credibilidade, transparência e visão. Caso contrário, teremos um caminho cada vez mais difícil”, revela o cabo de Alcochete.

Forcado há anos, Nuno acredita que estes “sempre foram valorizados e o pilar das Corridas de Toiros à Portuguesa. São cada vez mais aglutinadores de pessoas à sua volta. Na elaboração dos cartéis e feiras vemos que os forcados sempre tiveram o seu peso na composição dos mesmos, apesar de hoje em dia infelizmente existiram cada vez mais manobras a desvirtuar a selecção dos Grupos para os cartéis.

Para Nuno Santana o “pior momento da minha carreira quer seja de Cabo ou de Forcado, foi a morte do meu querido Fernando Quintela“, diz com tristeza. Em relação ao “melhor momento enquanto Cabo é sem dúvida, o prazer que tenho de ver a alegria dos meus amigos quando pegam e contribuir para a evolução dos mais jovens”, finaliza.

 

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