O cabo dos Forcados Amadores do Cartaxo esteve à conversa com a Tauronews e conta como espera que seja a próxima temporada. Inserido num grupo jovem, Bernardo Campino só pensa em não defraudar as expectativas que os seus aficionados depositam no grupo
Os Forcados Amadores do Cartaxo estão a preparar a próxima época como nos conta Bernardo Campino, cabo do grupo. “Iniciámos a nossa sétima época no dia 9 de Fevereiro e foi um treino onde os novos elementos do grupo adquiriram bases práticas para o futuro, os elementos mais recentes evoluíram a sua técnica e mostraram que querem conquistar o seu lugar no futuro do grupo e os mais experientes relembraram-na”, revela Bernardo.
Ao longo dos “anos aparecem elementos novos embora nem todos suportem as dificuldades que ocorrem nos treinos para poderem continuar, mas o nosso grupo, sendo um grupo jovem, tem uma média de idades baixa e ano após ano tem vindo a fazer uma renovação e este ano não é excepção. Podemos afirmar que há valores jovens que gostam de defender a nossa arte e o nome da nossa terra”, conta o cabo. E acrescenta: “Esta época, à semelhança das anteriores, será de oportunidade a alguns elementos que já estão no grupo há algum tempo mas que ainda não lhes surgiu a oportunidade de poder mostrar o seu valor”.
O grupo do Cartaxo “para além das corridas na nossa terra temos algumas confirmações com empresários para outras datas mas com a aproximação do início de época é que sabemos as datas e locais”, diz.
No que se refere ao número de corridas Bernardo avança: “O número de espectáculos nunca foi um objectivo com que nos preocupássemos mas sim quando pisássemos uma arena tentar dignificar da melhor forma a figura que é de todos, a do forcado amador. Sendo um grupo recentemente pré-associado já é suficientemente positivo podermos partilhar cartel com todos os grupos com o acréscimo de quanto mais vezes tivermos oportunidade de fazer o que gostamos, melhor”.
O cabo diz que “para a época que se avizinha procuramos manter o nível a que habituámos os familiares, amigos e aficionados que nos acompanharam na época anterior, que certamente também o farão esta temporada e não defraudar as expectativas que nos depositam”.
No que se refere à tauromaquia, Bernardo pensa que “a tauromaquia atravessa um período de adaptação a evolução na população. Hoje em dia há muita oferta e no caso das crianças, que são o futuro, crescem demasiado no meio da tecnologia, mesmo nos meios pequenos, nunca chegando a ter contacto com a natureza directamente. E é desse contacto que nasce a paixão pelo toiro bravo, pelo cavalo, pela essência que é uma corrida de toiros”, revela. E acrescenta: “Cabe a todos nós, taurinos e aficionados, preservar e difundir o que nos foi transmitido para que as novas gerações possam desfrutar da nossa festa. Hoje em dia, uma das formas que melhor podemos preservar o que é nosso passa por unimos-nos em tudo o que seja em prol da nossa tauromaquia e investir nos meios disponíveis da nova tecnologia para revelar aos mais distraídos o que nos move. Essa forma de estar tem sido um lema do grupo do Cartaxo, criando novos aficionados!”
No que refere ao valor que o forcado tem hoje em dia, Bernardo afirma: “Essa é uma pergunta pertinente que só os mais veteranos poderão responder. Talvez um dia quando chegar à idade de poder também (ou não) pensar como se costuma dizer “no meu tempo é que era” conseguirei fazer essa comparação. Relativamente ao presente a ideia que tenho é que o público em geral tem um carinho especial, à semelhança de antigamente, por quem põe em risco a sua vida para manter a tradição da nossa festa”.
Para Bernardo “quando se é cabo passa-se por muitos momentos complicados mas assistir à lesão dos amigos é o pior de todos. É difícil também nomear o melhor momento mas os dois momentos que guardo na minha memória foram a primeira vez que o grupo pegou a solitário seis toiros na praça de toiros da sua terra no dia 17 de Junho de 2016 e, na passada época, na corrida de oportunidade aos novos valores a 21 de Junho de 2018 na praça de toiros do Campo Pequeno”.
