Crónica – 4.º Corrida da Feira Sanjoaninas

4.º Corrida da Feira

Ganadaria Rego Botelho

Román – Jose Garrido – Joaquin Galdós

A quarta e última corrida das sanjoaninas, integralmente a pé, voltando ao horário normal das 18h, voltou a ter meia casa para assistir a uma corrida de touros bem feita, com apresentação e comportamento homogéneo da ganadaria de Rego Botelho, melhor o quarto e o quinto, touros com classe, recorrido e investidas formais. Os exemplares de Rego Botelho estiveram por cima dos toureiros.

Após um rápido paseíllo à espanhola, Román recebeu o primeiro de verónica, toureando-o como toureou toda a tarde, muito agitado, pouco assentado, mais com o coração do que com a cabeça, as pressas não ajudam, pode ser que tenha sido da sua juventude. Faena rápida, com muitos toques, ovação.

No seu segundo, quarto da tarde, o touro da corrida, não tirou partido total das suas investidas, toureio mecanizado e pouca transmissão, no final chegando mesmo a destapar os defeitos do animal, não ao ajudando, permitiu que rachasse, pelo menos foi no final da lide. Volta ao ruedo.

Garrido foi à Terceira demonstrando o bom momento que atravessa, toureio templado de capote, muleta firme, após boas tandas por ambos os lados, montou-se nos touros, recorrendo a cercanias e deleitando o público. O primeiro foi bandarilhado pelos seus subalternos, destacando-se o toureio local, João Pedro, mais conhecido por Açoreano, num par reunido e toureiro. No quinto o matador resolveu bandarilhar, convidando os alternantes, boa intenção, má decisão, os matadores não estavam postos em bandarilhas, tudo feito de forma informal, roçando a falta de respeito pelo público, que no entanto tolerou, pares descompostos, incompletos e muita desordem. Garrido deu volta em ambos.

Fechava a terna Galdós, o jovem peruano que debutava na Terceira, também mostrou ofício em ambos, melhor no sexto, mais colaborador, toureio correto, melhor pelo lado direito. Em bandarilhas, no sexto, retribuiu o convite de Garrido e voltou a repetir-se a cena, muito desacerto e demasiada descontração, o público merecia mais respeito em todos os tércios. Volta em ambos.

Apenas uma reparo, em Portugal não existe sorte suprema, não se pode matar, mas simula-se e uma simulação é isso mesmo, representar fielmente algo para que se tenha a noção do ato praticado integralmente, quer Román quer Galdós não simularam nada em dois touros, fizeram para ali qualquer coisa que nem nome tem, e por isso foram assobiados, nos seus segundos respetivamente, a mensagem dos assobios passou e emendaram as mãos.

Do último fim de semana o mais positivo foi mesmo o trato, cuidado, detalhe e rigor na organização desta feira taurina e a resposta do público, exemplos a seguir em qualquer parte do mundo taurino, podem estar limitados geograficamente, mas estão muito mais avançados do que aqueles que não tem barreiras físicas.

 

 

 

 

 

foto: mundotoro

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