Tarde agradável para fechar a temporada

  • Local: Évora
  • Data: 28 de Outubro 
  • Cavaleiros: Rui Salvador, Luís Rouxinol, Gilberto Filipe, António Brito Paes, David Gomes e António Prates
  • Forcados: Grupo de Forcados Amadores de Évora e Grupo de Forcados Amadores de Alcochete
  • Ganadaria: Passanha Sobral

Realizou-se há momentos a última corrida da temporada Portuguesa 2018. Corrida da Vinha e do Vinho de beneficência para a Associação de dadores benévolos de sangue do distrito de Évora. Corrida esta que contou mais uma vez com o grande apoio do empresário eborense Manuel Ferreira na qualidade de produtor de vinho, “Aromas do Sul”.

Corrida agradável que decorreu a bom ritmo, onde os aficionados preencheram metade da lotação da Arena d’Évora. Contou com um curro de toiros bem apresentados da Ganadaria Passanha Sobral onde cumpriram com nota positiva a função, no entanto sem transmissão suficiente para que chegasse a emoção necessária às bancadas.

Seis cavaleiros estiveram em praça, num misto de veterania consagrada e juventude em ascensão.

Rui Salvador, abriu praça com o maior toiro da corrida, 575kg para rubricar uma lide correcta, de boa nota onde sobressaiu toda a sua experiência na brega e concretização das sortes. O mote estava dado para uma tarde agradável.

O segundo da ordem coube ao ginete de Pegões, Luís Rouxinol não foi a Évora para cumprir calendário, efectuou uma lide bastante alegre desde os compridos até ao tradicional par de bandarilhas que deliciou a afición. Uma faena ao bonito gravito, muito bem realizada, no que toca à preparação das sortes e remate das mesmas, que chegou às bancadas com bastante efusividade.

Gilberto Filipe, cumpriu a sua função frente a um exemplar de 500kg e escasso de força. Depois de cravar três ferros compridos, deixou um curto de nota muito alto, no sitio que se exige. Ainda assim terminou a sua faena sem romper.

António Brito Paes abriu a segunda parte da corrida frente a toiro com mais poder que os seus irmãos de camada. Inicia a faena com dois compridos bons sendo o segundo superior, praticamente a receber o toiro. Nos curtos foi de mais a menos, com dois bons curtos, mas acabou a lide com a infelicidade de falhar algumas vezes um ferro de palmo. Ainda assim há sempre que realçar a já habitual qualidade de apresentação das montadas e a sua perfeita equitação.

O jovem David Gomes quis começar a faena com emoção indo receber o toiro aos curros. Nos cumpridos notou-se alguma distração do toiro, muito provavelmente pelo elevado número de pessoas na trincheira (mais de 150) e em algumas ocasiões o toiro a “perder as mãos” devido também ao estado do piso bastante pesado. Na ferragem curta andou bem, com um grande ferro de fazer levantar o aficionado das bancadas. Jovem a ter em conta para o ano, devido à sua garra, equitação, preparação dos cavalos, irá com certeza crescer enquanto cavaleiro tauromáquico, oxalá a sorte lhe sorria.

Coube ao praticante António Prates fechar a temporada, numa faena bastante entretida e com ferros notáveis, tendo mesmo cravado um curto sensacional com batida ao pitón contrário de alto a baixo. Julgo que certamente teremos a alternativa desta jovem promessa na próxima temporada. Está preparado, tem atitude e irá certamente romper. Uma breve nota apenas pela falta de “entendimento” da sua quadrilha de luzes que ficou patente nesta tarde.

No campo da forcadagem dois dos grupos mais consagrados em Portugal. Évora e Alcochete que tiveram actuações distintas.

O Grupo da terra, capitaneado por João Pedro Oliveira, pegou os seus oponentes todos aos primeiro intento, sendo assim já a segunda corrida seguida na sua praça a limparem a actuação, 9 toiros 9 tentativas, Parabéns. José Maria Passanha abriu praça numa pega plena de técnica, cite sereno e toureiro, carregou no momento exacto para reunir num abraço suave e perfeito. José Maria Caeiro efectuou também uma pega de excelente técnica que merecia mais entrega por parte do oponente. Fechou a temporada dos eborenses Miguel Direito, que esteve igualmente bem tecnicamente sem nada a apontar. Os toiros não complicaram, mas o grupo também não facilitou esteve pleno de técnica fechando assim a temporada com chave de ouro.

Os Amadores de Alcochete, capitaneados por Nuno Santana, tiveram uma noite distinta, muito por culpa própria. Abriu praça António José Cardoso, hoje com dupla função, empresário e forcado, efectuou uma pega à primeira tentativa tecnicamente perfeita. A Manuel Pinto calhou o toiro da pega, demonstrou por várias vezes na lide que iria empregar-se com mais violência na pega, e foi o que aconteceu. Manuel recebe um violento derrote na 1ª tentativa que não lhe dá hipóteses de ficar na cara, muito devido à dura reunião, onde deveria ter tirado a violência da mangada recuando-lhe mais um passo na cara. Na 2ª tentativa não recebeu novamente bem o toiro mas acabou por se agarrar com tudo para efectuar uma pega bastante vistosa que lhe valeu duas voltas às arena. Fechou a temporada João Belmonte também à segunda, na 1ª tentativa  pendurou-se demasiado na cara do toiro e acabou por sair, já na segunda corrigiu e pegou sem dificuldades.

Terminou assim mais uma temporada em Portugal. Vamos descansar com o pensamento já em Mourão! Até para o ano!

 

 

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