Uma verdadeira lenda do toureio contemporâneo, uma figura essencial para o estudo das tauromaquias modernas, uma estrela coroada do toureio mundialmente conhecido e reconhecido. Conquistou a glória social e artística ao agarrar com firmeza a rédea de um cavalo de monta exigente e dramática como é a do toureio. Na crista daquele corcel diabólico, José Samuel Lupi cavalgou Napoleônico e soberano por essas arenas do Mundo!
Lupi deu lições de mestria e honra em praticamente todas as praças de toiros relevantes do mundo tauromáquico, conquistando um lugar na história da Tauromaquia ao ser protagonista de lides inesquecíveis nas arenas mais notáveis da geografia taurina. Foi um toureiro de uma avidez inovadora, imbuída de classicismo, mas dotada de uma energia interior avassaladora.
Sábado, 27 de Abril em Alcochete houve emoção, amizade, saudade, glória, risos e alguma lágrima… O público rugiu nalgumas lides, em alguns ferros e pegas! Acima de tudo existiu a comunhão de todos para homenagear um dos grandes do toureio, o inolvidável Eng. Samuel Lupi
Foram lidados seis bonitos toiros da ganadaria do Eng. Joaquim Brito Paes. O primeiro quis mais do que pôde, uma pena porque era bravo mas as forças não o acompanharam; O segundo veio a mais durante a lide, quando se centrou e deixou alguma crença em tábuas; O terceiro também gostou dos terrenos de dentro mas de lá saiu com casta e bom estilo, proporcionando o triunfo ao cavaleiro; O colorado quarto saiu com pouca entrega mas veio a mais e acabou por ser um bom toiro; O quinto também não andava sobrado de forças mas a raça e casta que levava dentro fizeram milagres… Bom toiro este quinto, alegre e sempre a acudir pronto ao cite. O sexto era a perfeição do toiro bravo. harmônico, bem posto de cara, baixo, um taco. Foi nobre mas mansote, não tendo más intenções.
João Moura foi o encarregue de abrir a tarde, por diante teve um toiro parco de forças que pedia, temple e suavidade na sua lide. João sabedor do que tinha por diante deu-lhe a lide adequada. Dois compridos abrir, bem a lidar, nos curtos lidou com temple e cravou os ferros da ordem com maestria, bem a rematar as sortes.
Rui Fernandes, teve uma grande lide em terras de Alcochete! Bem nos compridos, lidando e tentando envolver o de Brito Paes na lide, já que este por vezes fazia o papel de distraído. Nos curtos houve grandes momentos de toureio a cavalo tanto a cravar com batida ao piton contrário como a rematar as sortes. Lidou com sabedoria e o público reconheceu o feito na arena, não lhe regateando os aplausos. O curto com que fechou a sua actuação foi fantástico!
João Moura Jr. esteve soberbo esta tarde em Alcochete! Bem nos compridos a abrir uma lide de mão cheia. Lidou e escolheu com inteligência os terrenos da sua lide. Deu distâncias e encurtou distâncias para cravar num palmo de terreno, bonitos foram os ladeios a rematar as sortes. Terminou a sua lide com duas Mourinas, a primeira foi boa mas o remate foi soberbo, a segunda pôs a praça de pé… ovacionando o conclave o feito pelo cavaleiro de Monforte.
Manuel Lupi, reapareceu para homenagear seu pai e em boa hora o fez! Lide magistral, carregada de emoção, sentimento, raça e de bom toureio. Nos compridos tentou limar e equilibrar um toiro que não parecia fácil… já que se emparelhou com a montada. Manuel deu-lhe a lide adequada equilibrando o de Brito Paes pela esquerda. Nos curtos houve momentos que ficaram gravados na memória de todos que tiveram o privilégio de ver o Manel tourear e saborear esta arte… Houve quatro curtos soberbos, cravando no sítio e como mandam as regras, rematando as sortes com toureria. Grande Lide!
João Ribeiro Telles, recebeu o quinto da tarde de forma magistral, num palmo de terreno toureou o bravo de Monte Velho. metendo desde cedo o público na sua lide, de boa nota foi o segundo comprido e o remate. Nos curtos aproveitou as qualidades do toiro, deu distâncias e cravou grandes ferros, destaque para o primeiro e terceiro. Lidou com sabor toureiro e rematou as sortes de forma bonita. Terminou a sua actuação com o cavalo Ilusionista, cravando um bom ferro entrando como é hábito em terrenos de muito compromisso.
Fechou a tarde João Soller Garcia e que lide se viveu na praça de Alcochete. O Bão esteve toureiro, artista, destemido, arrojado e agarrou um grande triunfo. Olé! Bem nos compridos, nos curtos pintou um quadro que ficará gravado na alma de quem viu o feito. Citou de frente, cravou ao estribo rematando as sortes por dentro. Pisou terrenos proibidos entrando pelo toiro dentro tanto de praça a praça como a sesgo, rematando as fortes de forma emocionante. Finalizou a lide com palmo no centro da arena… as palmas fizeram fumo… Público de pé!
Nas pegas tarde de oportunidade aos mais novos, os toiros não ofereceram dificuldades de maior mas pediram inteligência e as coisas bem feitas.
Abriu a tarde Afonso Capricho pelos Amadores de Alcochete, toiro com pouca força, pediu temple e recuar com suavidade na sua cara… Assim o fez o Afonso, bem à primeira tentativa.
Afonso Matos Correia à barbela, citou e recebeu de forma correcta, realizando uma boa pega à primeira tentativa com o grupo a ajudar de forma coesa.
Fechou a tarde pelos da terra João Pinto numa grande pega à primeira, bem a citar, recuar e receber o oponente com o grupo a corresponder em pleno nas ajudas.
Pelo Aposento da Moita abriu a tarde André Silva numa boa pega ao primeiro intento, ajudando bem o grupo.
João Freitas diante do colorado quarto esteve bem a citar, recebeu de forma correcta e o grupo ajudou bem.
António Lopes Cardoso fechou a tarde com chave de ouro, grande pega à primeira tentativa. Bonito a citar, receber para se fechar à barbela, o grupo ajudou como mandam as regras.
No início da corrida foi guardado um minuto de silêncio pelo maestro António Menino. No intervalo foi descerrada uma lápide em memória do cavaleiro homenageado esta tarde, José Samuel Lupi.
Dirigiu a corrida que contou com cerca de 3\4 da lotação preenchida, Lara Oliveira, sendo o médico veterinário Jorge Moreira da Silva.
