Triunfo de João Pamplona e Francisco Palha com obra inacabada – Crónica da segunda Corrida da Feira de S. João 2023

Francisco Palha, João Pamplona, António Telles (filho), Forcados Amadores de Turlock e
Amadores do Ramo Grande, toiros da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF), Veiga Teixeira (VT) e João Gaspar (JG), os protagonistas (não os únicos!) da designada “Corrida do Emigrante”, segunda da Feira de S. João 2023, em Angra do Heroísmo.

Francisco Palha esteve mais toureiro do que na Corrida do dia anterior. Abriu diante de um bom exemplar (JAF, nº183, 466Kg) que, cedo, mostrou disposição para a contenda e se entregou durante toda a lide. O Cavaleiro foi crescendo, mostrando intenção de não deixar fugir o triunfo. A destacar a preparação e cravagem do quatro ferro curto a favor da querença natural do toiro. Era vistoso o “Preguiçoso” (JG, nº89, 622Kg) e revelou-se um belo toiro, pleno de nobreza e entregando-se a todas as solicitações. Palha tirou partido do que o oponente lhe oferecia e recriou-se numa meia lide com dois (!) ferros curtos, a dar vantagens e a consentir. Meia lide porque, quando se estava a adivinhar a explosão para o triunfo, o Director de Corrida torna-se noutro dos protagonistas ao negar o pedido do Cavaleiro. Fica na dúvida se o pedido se destinava à cravagem de mais um ferro (apenas cravou 2 compridos e outros tantos curtos) ou à troca de montada. O que é certo é que lhe foi negado e a lide ficou por ali. Erros
acontecem, mas este foi incompreensível, deixando as bancadas em sonoro protesto.

A João Pamplona havia de calhar em sorte um exemplar VT (nº797, 492Kg) que substituiu um dos JAF anunciados. Distraído numa primeira fase, havia de melhorar os seus modos. Uma grande lide, de entrega, que cedo chegou às bancadas. Bregas de boa nota, criterioso na escolha dos terrenos, a sacar a água do poço e a obrigar o toiro a meter-se na disputa. O “Esperança” (JG, nº96, 557Kg) era desligado e adiantava-se à montada, ainda assim, não trouxe problemas de maior. O Cavaleiro terceirense esteve em bom plano e explorou o que de bom havia no toiro. Destaque para o emotivo 3ª ferro curto.

António Telles (filho) estreou-se bem na ilha Terceira. Diante de seu primeiro (JAF nº173, 516Kg) mostrou predicados e não negou a sua ascendência. Lide agradável diante de um toiro voluntarioso sem complicações. Fechou a corrida com uma lide em que se notou a preocupação de ligação ao toiro (JG, nº 97, 502Kg). O hastado não carregava nas sortes, parava-se na reunião e foi perdendo ímpeto com o desenrolar da função. A cravagem de 6 (!) ferros curtos a somar aos 3 compridos, sustentam a sensação de que terá prolongado a lide um pouco além do desejado.

Pelos Forcados de Turlock pegaram: Bryce Rocha, à segunda tentativa e com ajudas carregadas; Joseph Parreira à primeira, numa pega de levantar praça, a aguentar a fuga do toiro ao grupo e Fábio Vieira, à primeira sem dificuldades.

Pelos Forcados do Ramo Grande, Rui Dinis resolveu à terceira tentativa com ajudas carregadas; Luís Valadão à primeira fechou-se bem, aguentando a viagem com o toiro trazendo a cara pelo chão e André Lourenço com garra e muita atitude, fechou-se à primeira, corrigindo-se valentemente na cara do toiro quando já se pensava que
dali sairia.

Dirigiu a corrida o Director Mário Martins que, pecou pela situação já narrada em relação a Francisco Palha. Foi assessorado pelo médico veterinário José Paulo Lima. Abrilhantou brilhantemente a corrida, outra protagonista da noite: a Azorean Band of Escalon (Califórnia).

Nota ainda para as homenagens efectuadas aos ganaderos e criadores de cavalos dos Estados Unidos da América e Canadá, emigrantes açorianos e/ou descendentes das ilhas de bruma.

Momento simbólico mais do que merecido, no entanto, apesar de se perceber que é
importante fazê-lo diante de uma praça cheia, como se verificou, há que ter cuidado em
relação ao tempo. Mercê desta cerimónia, que podia ter sido feita noutro horário, assistiu-se a uma corrida de praticamente 3h30!

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