Paio Pires vibrou com o Rei das Iberias 

Na passada Sexta-feira, dia 4 de Agosto, a Aldeia de Paio Pires prestou novamente homenagem ao Rei das Iberias, o Toiro! Nas ruas e na sua remodelada praça de toiros este animal mítico é venerado e as gentes desta terra têm verdadeira paixão por ele, vibrando tanto nas ruas como na arena.

O quinto Concurso de Ganadarias contou como é tradição com seis ganadarias de primeira linha,  disputando entre si os Prémios de Apresentação e Bravura, contando com uma boa entrada de público, cerca de dois terços da sua lotação preenchida. O jurado foi composto pelo Dr. Vasco Lucas, Frederico Cunha e José Augusto Batista que decidiram atribuir o prémio de Bravura ao exemplar da ganadaria Castro e o de apresentação ao de Passanha.

Abriu praça um toiro aberto de cara de Castro, com trapio. Foi nobre, teve mobilidade, meteu a cara nos capotes com suavidade. Como senão,  alguma falta de transmissão, acabou por ser um bom toiro.

De vinhas foi o entrepalado segundo, agradável de cara, faltou-lhe alguma entrega e foi um tanto ou quanto distraído, sendo nobre, proporcionando boa lide.

Carbonero de capa foi o de José Luis Vasconcelos e Sousa de Andrade, toiro ofensivo por diante. Foi complicado, mediu muito, nunca rompeu.

Baixo e reunido de tipo foi o de Murteira Grave, toiro com coisas interessantes como as acometidas ao cavalo mas o qual não rompeu com retondidade para ser um bom toiro.

Encastado foi o de Prudêncio, toiro exigente, com coisa interessantes no seu comportamento mas no momento do ferro não o vi claro.

Grande e com cara foi o de Passanha, teve nobreza, mas muitas querenças  acabou por nunca romper.

Na lide a cavalo abriu a noite João Moura Jr. Executou uma boa lide, andou correcto nos compridos e nos curtos a lide foi redonda. Bem a lidar, ladeando com brilhantismo, cravou grandes curtos, entrando em terrenos de compromisso, levando depois o toiro no remate cosido ao cavalo, havendo bons momentos de toureio a cavalo.

No quarto Moura voltou a estar em bom plano. Bem nos compridos, abrindo caminho ao de Murteira. Nos curtos o segundo e terceiro são de nota. Lidou com correcção e rematou as sortes de forma harmoniosa. Finalizou a sua lide com dois palmos de belo efeito.

Joaquim Brito Paes recebeu o de Vinhas com emoção, despertando os primeiros aplausos para a sua lide.  Dois bons compridos, com remates a condizer com a qualidade dos ferros cravados. Nos curtos o primeiro e o remate que se seguiu foi um dos bons momentos de toureio a cavalo da noite. Mais três curtos, sendo o último em sorte de sesgo foram o condimento desta boa lide.

Com o quinto a lide apontou a altos voos mas o toiro não foi totalmente claro… Grande foi o primeiro comprido e o remate. Nos curtos com batida acentuada cravou quarto curtos, sendo os dois primeiros dois bons ferros. Muito bem a bregar. Uma lide de pormenores que acabou por não satisfazer o toureio de todo… sendo-lhe concedida volta à arena, só agradeceu nos médios.

Antonio Ribeiro Telles filho, teve o pior lote da corrida, viu-se um António decidido e com argumentos para dar volta aos oponentes que teve por diante. Três foram os compridos cravados ao de Vasconcelos e Sousa de Andrade. Nos curtos bregou a perceito tentando interessar o toiro na lide. O primeiro ferro foi cravado por dentro, a castigar o manso na sua querença. Mais dois se seguiram, onde a seriedade e o seu bom conceito de cavaleiro estiveram patentes. Andou com graça a rematar as sortes.

Com o de Passanha António teve que puxar novamente por galões para conseguir para dar a volta à tortilha que teve por diante. Três compridos, destaque para o terceiro. Na ferragem curta houve bons momentos de brega e de toureio. Cravou com decisão, entretanto em terrenos de compromisso realizando uma boa lide.

Nas pegas Lisboa e Caldas disputavam entre si o prémio para a melhor pega, sendo ganha com justiça por Martin Graciosa do grupo da Caldas no sexto da corrida.

Abriu a noite Martin Marques numa pega à primeira tentativa. Bem a citar, recuar e receber. Destaque para uma grande primeira ajuda.

Duarte Nascimento ao primeiro intento, numa boa pega pelo grupo da capital.

Tiago Silva á terceira tentativa, toiro a entrar com dureza, metendo a cara por cima. Com ganas o Tiago sempre que lhe bateu as palmas.

Pelo grupo das Caldas, António Almeida, toiro a meter só um piton no momento da reunião, tirando o forcado da cara. Com ajudas mais carregadas à quarta foi resolvido o problema.

Joaquim Lino numa boa pega à primeira tentativa, toiro a sair pronto, o forcado esteve bem na cara, bem o grupo a ajudar.

Martin Graciosa numa grande pega à primeira tentativa. Carlos Siqueira numa grande primeira ajuda, foram protagonistas de uma pega emocionante.

Dirigiu a corrida Tiago Tavares, sendo médico veterinário Jorge Moreira da Silva.

 

Nota: durante o espetáculo, houve momentos de fado a cargo dos artistas João Chora e Custódio Castelo

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