Miguel Moura em destaque na tarde mourense

A Praça de Toiros de Moura abriu as suas portas para receber uma corrida de toiros integrada na XVI OlivoMoura. Cartel interessante, com três jovens cavaleiros num bom momento das suas carreiras, dois grupos de forcados da região e um imponente curro de toiros da Ganadaria Branco Núncio. As bancadas do tauródromo mourense registaram uma entrada de meia casa forte, talvez prejudicada pelo facto de à mesma hora se realizar o jogo do Benfica. No início do espetáculo foi guardado um minuto de silêncio em memória do aficionado e antigo forcado Walter Machado.

Da Ganadaria Branco Núncio vieram seis exemplares de irrepreensível apresentação. Quanto ao comportamento, destaque positivo para o primeiro da ordem. Toiro nobre, que foi a mais e perseguiu a montada com alegria. O segundo foi mais complicado e pedia que se estivesse bem com ele. O que encerrou a primeira parte cumpriu, indo a menos. Reservado foi o quarto, que se adiantava no momento do ferro. O quinto revelou nobreza, perseguia a montada por trás, sendo um pouco tardo no momento do ferro. O que fechou a corrida foi o mais complicado do curro. Manso, procurou refúgio em tábuas.

Abriu praça o cavaleiro Marcos Bastinhas que deixou um bom comprido a abrir a função, magnificamente bem rematado. Deixou três muito bons ferros curtos, com destaque muito positivo para a brega de preparação das sortes e para o remate dos mesmos. Trocou de montada e deixou um ferro de palmo à meia volta e um par de bandarilhas. No que abriu a segunda parte, dobrou-se magnificamente com ele de saída para deixar dois ferros compridos à meia volta. Nos curtos, a atuação veio a menos. Deixou um primeiro bom curto, com ligeira batida ao pitón contrário. No segundo, sofreu forte toque na montada. Algo precipitado deixou mais dois curtos, numa atuação que acabou por não romper. No final recusou dar a volta.

Miguel Moura iniciou a lide do segundo da ordem com uma boa sorte gaiola, rematando de boa forma com o toiro a perseguir a montada. Deixou outro comprido de boa nota. Na ferragem curta, esteve correto em tudo o que fez, procurando andar sempre ligado com o oponente. Terminou a lide com um bom ferro de palmo. No quinto da ordem esteve muito bem a recebê-lo e deixou dois compridos de boa nota. Nos curtos, iniciou a função com três curtos com abordagens ao pitón contrário. Trocou de montada e aí sim veio o triunfo! Levou o toiro embebido na garupa do cavalo e o público respondeu, tributando a maior ovação da tarde. Deixou dois bons curtos e dois ferros de palmo. Destaque para o primeiro ferro de palmo, cravado em terrenos de compromisso. Boa lide do cavaleiro de Monforte!

João Salgueiro da Costa foi autor de uma primeira lide bastante correta. Esteve bastante bem a receber o toiro, cravando um bom segundo ferro comprido. Nos curtos, destaque para os muito bons segundo e terceiro curtos, com o toiro a responder. Terminou a função com um ferro a pedido do público após duas passagens em falso. No último da ordem viu-se a garra e o ofício de João Salgueiro da Costa. Dar lide a um manso não é fácil e o cavaleiro de Valada do Ribatejo esteve muito bem com o oponente. Depois de deixar com regularidade a ferragem comprida, tentou tirar o toiro das tábuas e levar a efeito uma lide correta. Cravou bons ferros, com destaque para o quarto, um bom ferro. Cravou ainda um ferro em sorte de violino.

No capítulo das jaquetas de ramagens estiveram em praça o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura e o Grupo de Forcados Amadores de Beja, que sentiram a dureza dos toiros.

Pelo Real de Moura, abriu praça Luís Branquinho que à primeira tentativa saiu da cara do toiro. O grupo decidiu e bem (embora o diretor de corrida tenha considerado a pega consumada) voltar à cara do toiro e fê-lo por mais quarto vezes, concretizando à quinta tentativa. José Maria Costa Pinto e Gonçalo Borges concretizaram duas grandes pegas ao primeiro intento.

Pelos Amadores de Beja Guilherme Santos consumou a sesgo à quinta tentativa. Manuel Maria Vicente concretizou uma boa pega ao primeiro intento. Fechou a corrida Francisco Patanita que teve por diante o toiro mais complicado do curro. Não suportou os violentos derrotes nas quatro tentativas iniciais. Consumou a sesgo à quinta tentativa.

Dirigiu a corrida o delegado técnico Domingos Jeremias, assessorado pela médico-veterinária Dra. Ana Gomes.

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