Bastinhas e Palha triunfam nos 30 anos do Grupo das Caldas 

Diz o refrão popular…”Quem não toureia no dia 15 de agosto não é toureiro nem é nada”. Coisas antigas… Dia da Assunção de Maria, dia de todos os toureiros, prefiro assim! Este ano o meu 15 de Agosto foi novamente nas Caldas, e neste dia de Assunção houve triunfos assinaláveis nesta velhinha e castiça Praça de Toiros! Um papel a dizer esgotado engalanava ainda mais as caliças da velha Praça .As expectativas não podiam ser maiores e a realidade acabou por o demonstrar… todos quiseram viver verdadeiramente e desfrutar do acontecimento que anunciava um cartel luxuoso e quem lá esteve certamente saiu agradado com o visto e vivido.  Um burburinho de acontecimento circundava o  tauródromo,,, Havia expectativa, gente descontraída a gozar as suas férias nas bonitas praias da região, aficionados de solera, gentes da terra e muitos daqueles que por estes dias de Agosto vem desfrutar do seu país mas que por um motivo ou outro vivem fora das nossas fronteiras. As Caldas no 15 de Agosto é uma paleta de pessoas que vêm e querem gozar de uma “tourada”, as Caldas no 15 de Agosto junta tradição, arte e vanguardismo! Ontem mais que nunca as Caldas foi a “Praça da Primavera”!!

António Ribeiro Telles uma das nossas maiores referências da arte equestre a cumprir este ano 40 anos de Alternativa, tinha que vir a esta corrida tão sua. Marcos Bastinhas cada vez que entra em praça é para se entregar a cem por cento e jogar a vida, pois quer que o público se emocione quando o vê na arena. Francisco Palha é a raça, o valor e ambição.

Seis toiros da ganadaria Vinhas que este ano onde têm sido lidados os seus toiros têm marcado pontos. E o grupo de forcados Amadores das Caldas da Rainha em ano de comemoração dos seus 30 anos de fundação. Quem foi aos toiros ontem nas Caldas deu o seu tempo por bem empregue e viu uma grande tarde de toiros.

Da Herdade do Zambujal foram até à centenária Praça que celebra o 15 de Agosto por todo o alto, toiros variados de capa. Negros, entrepelados, luzeros, bragados corridos, coleteros, calçados dos posteriores e um cardeno claro. Bonitos de tipo, bem apresentados e de bom jogo na generalidade. O primeiro foi encastado e veio a mais; O segundo foi o de pior condição dos seis, distraído e com pouca mobilidade; Nobre e de boa nota foi o terceiro; O quarto era sobrero, já que o primeiro da corrida se lesionou num dos lances de capote quando entrou na arena. Este quarto toiro, foi encastado mas no momento do ferro não era tão claro como os irmãos de camada; O quinto teve bom tranco, foi nobre e veio a mais; Fechou a corrida um toiro rematado por todos os lados, foi outro dos bons toiros enviados pela ganadaria Vinhas.

Antonio Ribeiro Telles lidou o segundo e quinto toiros da corrida, cedendo o seu lugar a Francisco Palha, já que este cavaleiro toureava à noite na Massejana.

No primeiro do seu lote não houve grandes coisas a destacar. O toiro foi o de menos qualidade dos seis e o cavaleiro da Torrinha cravou a ferragem da ordem com solvência….

No quinto da corrida viu-se ai sim um António a gosto, desfrutando, tirando proveito das qualidades do oponente e aplicando a sua arte toureira em cada momento desta sua lide. Correcto nos compridos, lidou com sabedoria e partiu para uma grande série de curtos. Cravou ferros marca da casa, entrando de frente e cravando no alto do morrilho para depois rematar as sortes com alma de toureio grande. O público gostou do que se viu na arena e aplaudiu com força a obra do Mestre da Torrinha que foi homenageado, durante o intervalo pelos seus 40 anos de alternativa.

Marcos Bastinhas lidou terceiro e sexto também cedendo o seu lugar ao colega Francisco Palha. E Marcos trinfou em grande nesta corrida! O cavaleiro entregou-se de alma e coração e o público rejubilou com o visto.

No primeiro do seu lote recebeu na porta dos curros, levando o de Vinhas até ao centro da arena, para o lidar em curto e em redondo. Cravou dois compridos, rematando as sortes. Nos curtos com batida ao piton contrário houve ferros de boa nota, rematando as sortes com piruetas. Finalizou a lide com um violino e um bom ferro de palmo.

No que fechou a corrida a lide foi empolgante, Bastinhas e Caldas foram uma “conjugação” incrível! Cravou os compridos com solvência, nos curtos houve a ligação, emoção, bom toureio a cavalo, remates emocionantes, preparando as sortes com inteligência. Cravou os ferros com batida, sendo terceiro e quarto de grande nota. Rematou a lide com um par de bandarilhas do outro mundo! Citou de frente, partiu recto e no centro da arena e ao estribo deixou as bandarilhas. Olé! Público de pé a aclamar o visto na arena.

Francisco Palha que abriu praça, viu o seu primeiro ser devolvido aos currais por se ter lesionado. Palha nesta tarde andou a gosto e fez desfrutar quem o viu tourear. Cravou três bons compridos, havendo grandes remates dos ferros.

Nos curtos ladeou e recortou-se por dentro, que grande momentos de toureio a cavalo aqueles. De nota foi o terceiro, desenhado a sorte na perfeição, cravando de alto abaixo.

No quarto Palha realizou um lide empolgante. Que grande série de curtos, aquele primeiro foi soberbo e o quinto?! Genial! Rematou a sua actuação com um bom violino e um palmito.

O Grupo de Forcados Amadores das Caldas da Rainha em dia de festa comemorativa dos seus 30 anos de fundação foi outro dos triunfadores da corrida. Nas cortesias foi bonito ver uma arena cheia de antigos e actuais. Bonito também foi o carinho que as gentes das Caldas nutrem pelo seu grupo. Mas o melhor de tudo foi a raça, o valor e eficácia com que enfrentaram este desafio. Quatro pegas à primeira, uma á segunda tentativa e outra à terceira.

Que grande foi a primeira tentativa de Francisco Mascarenhas! Pena o grupo não ter ajudado com maior eficácia. Seria sem dúvida a pega da tarde e de muitas tardes. Na segunda tentativa com ajudas mais carregadas, foi efetuada a pega.

António Appleton numa grande pega à primeira tentativa.

Francisco Lino teve que bater as palmas três vezes ao de Vinhas. O forcado nas duas primeiras tentativas não foi eficiente a receber. Na terceira tentativa fez as coisas bem feitas e foi efectuada a sorte de caras.

Francisco Rebelo de Andrade, um veterano do grupo, superior à primeira tentativa.

Duarte Palha fez tudo bem feito, o grupo ajudou com correcção e foi efectuada a pega.

Fechou a corrida Duarte Manoel, cabo actual numa grande pega também à primeira tentativa.

No início da corrida foi guardado um minuto de silêncio por memória de D. Eduardo Guedes de Queiroz.

A empresa prestou durante o intervalo uma homenagem ao grupo de forcados Amadores das Caldas da Rainha.

A corrida foi dirigida por Ana Pimenta, sendo o médico veterinário José Luís Cruz.

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