50 anos do Grupo de Forcados Amadores da Azambuja

No passado dia 28 de Outubro, e mesmo no término da Temporada de 2017, a Praça de Toiros Dr. Ortigão Costa, na Azambuja, ofereceu aos aficionados ribatejanos uma última oportunidade para se despedirem dos tendidos nesta temporada.

Numa corrida comemorativa do 50.º Aniversário do Grupo de Forcados Amadores da Azambuja, entraram em praça vários elementos do grupo, actuais e retirados. Para tourear 5 toiros da Herdade de Camarate, pudemos contar com os cavaleiros Rui Salvador, Luís Rouxinol, Ana Batista, Manuel Telles Bastos e a jovem cavaleira Soraia Costa. Para a parte apeada Manuel Dias Gomes tinha como oponente um toiro de Calejo Pires e o novilheiro Rui Jardim um novilho de João Ramalho.

Abriu praça Rui Salvador que teve pela frente um oponente justo de forças e apresentação, distraído e andarilho, não permitindo que o ginete de Tomar pudesse brilhar. Rui Salvador cravou a ferragem da ordem com regularidade e brio, como é seu apanágio.

Para pegar o 1º toiro da tarde perfilou-se o forcado Fábio Nunes, que após duas tentativas, uma em que o seu oponente lhe passou ao lado e outra em que não aguentou o derrote e acabou por ser dobrado. Foi consumada à terceira pelo veterano Pedro Sousa.

A Luís Rouxinol calhou um oponente mais colaborante e de saída mais alegre e interessado no cavalo. Cravou dois compridos de boa nota, e depois da troca de cavalo para os curtos, embora tendo o seu oponente mais distraído com o que se passava à sua volta, Luís Rouxinol teve de usar os seus recursos numa lide Alegre, onde se destacou uma boa brega de colocação, dois bons curtos de frente que muito agradaram ao publico, terminando com um bom par de bandarilhas, seguido de violino.

Bruno Fróis foi o escalado para o 2º da tarde que apesar de não ter aguentado o derrote ao primeiro intento, consumou à segunda uma vistosa pega.

Ana Batista teve pela frente um oponente que passava por diante, desligado e desentendido, que Ana soube dar a volta, aproveitando as investidas do toiro no momento da reunião, construindo uma lide simpática tanto nos compridos como nos curtos, terminando com um ferro de palmo de elevada nota que muito agradou às bancadas.

O veterano José Quitério foi dobrado por João Pedro Sousa após um violento derrote na 2ª tentativa. O seu companheiro acabou por pegar à segunda sem grandes dificuldades.

A Manuel Telles Bastos calhou um toiro mais pequeno e justo de forças que embora evidenciando um bom tranco de galope, revelava alguns traços de mansidão. Após três compridos de nota elevada, o toiro fechou-se em tábuas e foi aqui que o ginete da Torrinha teve de puxar dos seus recursos, cravando quatro curtos de muito mérito e trabalho, destacando-se o quarto. Entendeu-se bem com um toiro manso e difícil numa lide trabalhosa.

Humberto Maltês, estrela de outros tempos após não ter conseguido pegar ao primeiro intento, consumou à segunda uma pega de muito boa nota.

Para dar inicio à parte apeada , saiu um toiro de Calejo Pires. Um astado de apresentação irrepreensível, de saída alegre. Manuel Dias Gomes recebeu-o por veronicas, terminando com meias veronicas com o seu oponente a responder bem, investindo suave ao capote. Bandarilharam com acerto os bandarilheiros  Nuno Gonçalves e João Ferreira. Embora o novilho tivesse qualidade e classe, foi um pouco tardo na investidas e faltou um bocadinho de casta para ter durado mais. Manuel iniciou a faena por naturales de boa nota, mas foi por derechazos que mais sobressaiu. Construiu uma faena variada, terminando por desplantes.

Rui Jardim que  prestava a prova de praticante novilheiro recebeu o seu oponente de João Ramalho com uma emocionante porta gaiola, seguida de um farol de rodillas en tierra, continuando por verónicas  de boa nota, terminando por Saltilleros. Após dois pares de bandarilhas cravados com acerto pelos seus bandarilheiros, Rui Jardim brinda a António Ribeiro Telles. Iniciou a faena por derechazos de boa nota, com o seu oponente a responder alegre e com vontade. Prosseguiu com naturales e construíu uma faena de valor, variada e com recursos, ante um novilho que embora justo de trapio, evidenciava nobreza e classe de investida, o que permitiu ao jovem da Escola de Toureio da Azambuja brilhar e provar que o toueio a pé em Portugal está vivo e tem futuro.

A Soraia Costa as coisas não correram como esperado. Para a jovem cavaleira calhou-lhe um toiro manso e difícil. Logo nos compridos as coisas não correram como previsto, revelando o seu oponente desde cedo traços de mansidão, adiatando-se ao cavalo e fechando-se em tábuas. Mas foi nos curtos que as coisas mais complicaram, especialmente quando o seu cavalo no momento de cravar o ferro recusava a reunião desviando-se. De salientar o valor e vontade desta jovem cavaleira que embora as dificuldades apresentadas não baixou os braços, cravando dois curtos de boa nota.

Para finalizar no capitulo das pegas em tarde de aniversário Renato Pereira consumou à segunda sem grande dificuldade.

No final, após 4 horas de corrida passou um vídeo de homenagem ao Grupo de Forcados da Azambuja.

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