Um bravo, “Clavetista”, deu outro sabor à noite de Alcochete

Alcochete, viveu ontem mais uma noite de toiros integrada nestas atípicas Festas das Salinas e do Barrete Verde e se não tivessem sido as corridas de toiros, possivelmente nem se tinha dado por tão grandiosas Festas.
O aliciante maior era o curro de Fernandes de Castro, anunciado com pompa e circunstância e a corrida não defraudou. Também se comemorava e assinalava os 55 anos do Grupo de Forcados Amadores do Barrete Verde de Alcochete, sendo o grupo homenageando pelas entidades locais no início da corrida.
Os Castros estavam bem apresentados, gordos, variados de capas, houve desde o ensabanado (quase branco) primeiro, ao burraco quinto, três negros e um bonito colorado que fechou a noite. Quanto ao comportamento também foi uma corrida variada: O primeiro teve nobreza e bom tranco, queria mais que podia; O segundo foi encastado vindo a menos com o decorrer da lide; O terceiro foi nobre, fácil, tranco cadenciado, um bom toiro para o toureiro; O quarto era um tio… Foi bravo, encastado a vir a mais durante a lide, metia a cara por baixo nos capotes e ia largo; O quinto foi o mais “bruto” do curro… Toiro que tinha as suas distâncias e sítios na arena, arrancava como uma flecha para a sua querença, não foi um toiro de facilidades, interessante; Fechou a noite o bravo “Clavetista”, teve som, arrancava de largo, perseguia o cavalo com fiereza, não foi um toiro de faena larga mas intensa, nos capotes pedia tudo por baixo. Foi aplaudido justamente no final da lide pelo público presente que ocupava a lotação permitida por lei Covid ou seja 50% da lotação.
Luís Rouxinol, quanto a mim foi aquele que em conjunto teve as duas actuações mais homogêneas. No primeiro desfrutou da nobreza do toiro, cravou bons ferros curtos e compridos, ladeou bonito, embebeu as acometidas do Castro no cavalo, rematando a lide com um bom par de bandarilhas. No quarto foi o Rouxinol com raça que deu a volta ao bravo, outra boa lide, com bons ferros, boa brega rematando com um bom ferro de palmo.
Filipe Gonçalves, teve duas lides de menos a mais, acabando as mesmas com pares de bandarilhas, visto que estava em disputa o prémio para o melhor par. No segundo da corrida, teve uma lide entonada, com bons detalhes de brega e ferros de boa nota. No quinto procurou fazer um toureio de praça a praça com ferros de pronunciada batida, que originaram algumas passagens em falso, quando se centrou com o toiro, lhe “apanhou” as distâncias, e o sítio de onde devia ser citado a lide rompeu. Cravou grandes ferros e entusiasmou as bancadas.
Marcos Bastinhas, no terceiro conseguiu a lide mais redonda da noite! Esteve bem a receber o toiro, cravou bons compridos e curtos que entusiasmaram o público, preparados com boa brega e umas exuberantes levadas, rematou a  lide com dois pares de bandarilhas. O sexto foi recebido na porta dos curros, os compridos e a brega tiveram boa nota. Nos curtos aproveitou de praça a praça as alegres acometidas do toiro, os ferros tiveram emoção e o público não regateou em ovações, terminou a lide com um par de bandarilhas.
Nas pegas dois grupos de Forcados em comemorações dos 55 anos de fundação, Barrete Verde e São Manços. Noite de Castros nunca é fácil para os rapazes da jaqueta das ramagens se os houve que pareceram fáceis também os houve complicados e difíceis, quinto e sexto…
Abriu praça João Armando numa pega bonita, não complicou e pegou bem à primeira tentativa. Diogo Amaro, não teve uma reunião bonita mas a valentia e o querer fizeram que a pega fosse à primeira com o grupo a ajudar bem. O quinto era uma “rolha”, toiro a meter só um corno, a tirar o forcado com violência e a dar sova das antigas no chão… Quatro estóicas vezes bateu as palmas ao burraco Marcelo Loia, e quatro foram vezes teve que enfrentar a dureza do oponente, só uma alma inabalável fizeram que a pega fosse consumada.
Saltou para a cara do primeiro por São Manços, Jorge Valadas, que fez duas grandes tentativas ao toiro, na primeira faltaram ajudas para fechar a pega. João José Rosmaninho à terceira resolveu a papeleta de pegar o mais pesado. Nas duas primeiras tentativas teve dificuldades em se fechar de pernas e o toiro tirou o forcado, à terceira  fez uma boa pega com o grupo a ajudar bem… A pega da noite foi a do último… João Fortunato, na primeira tentativa não recebeu da melhor forma mas com braços de ferro conseguiu a emenda e estava trancado, os ajudas entraram mas o Castro não se deu por vencido e tirou o grupo. Na segunda tentativa o João fez tudo bem feito… Recuou, recebeu bem o toiro, aguentou derrotes e mais derrotes e quando tudo parecia perdido o grupo entrou e fez uma grande pega.
Estava em disputa o prémio para o melhor par de bandarilha que foi ganho por Filipe Gonçalves no segundo toiro da noite.
O ganadero teve direito a justa chamada à arena no final da lide do sexto toiro.
Dirigiu com acerto Ricardo Dias, foi o médico veterinário Jorge Moreira da Silva.
Sem vírus. www.avast.com

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