Ontem a praça de toiros de Alter do Chão foi palco da sua tradicional corrida de toiros comemorativa da sua Feira de São Marcos com as bancadas repletas de público, um cheio à vista, como é hábito nesta bonita terra onde o Alter- Real é Rei e Senhor.
Foram lidados seis bonitos exemplares da ganadaria Joaquim Brito Paes. Toiros nobres, com mobilidade mas parcos de forças três deles. O primeiro foi o menos interessante dos seis, tendo menos casta e classe que os irmãos e vindo a menos com o decorrer da lide. O segundo foi um super classe, toiro nobre, sempre voluntarioso, veio a mais e proporcionou o triunfo. Encastado foi o imponente terceiro, toiro a acometer de largo ao cavalo. Nobre mas com pouca chama foi o que fez quarto, faltou-lhe algo de força e alma. Bravo foi o quinto “Amora”, regressando aos campos do Monte Velho para ser pai da ganadaria, o seu amo Joaquim Brito Paes deu volta à arena no final da lide. O sexto era um taco, reunido bonito de cara, metia muito bem a cara nos capotes mas foi manso com querença em tábuas.
Abriu praça Francisco Palha que cravou dois compridos e quatro curtos, destaque maior para o terceiro, citando mais em curto e com mais emoção.. Lide a chegar poucos as bancadas muito por culpa da condição do toiro que também transmitia pouco e o abrir praça também não facilita a coisa… O público que teima em chegar em cima da hora ainda não está metido de todo no espectáculo…
No quarto a lide prometia ser de triunfo, cravou dois bons compridos que chegaram as bancadas com força, rematando bem as sortes mas o toiro denotava pouca força. Nos curtos algumas passagens em falso, começando a faltar toiro no momento do ferro, a lide não tomou voos de triunfo. Mesmo assim houve alguns ferros de boa nota.
Miguel Moura triunfou em Alter-Real! Na primeira lide recebeu o toiro com um empolgante ferro em sorte de gaiola que fez burburinho nas bancadas, mais um comprido de nota se seguiu. Na série dos curtos aproveitou as qualidades do toiro e a lide foi das boas. Bregou bem o oponente, escolheu bem os terrenos para o lidar e cravou grandes ferros rematando de forma toureira. Destaque maior para segundo e quarto curtos e para os dois palmos a finalizar a lide, sucedidos de espectaculares remates levando o toiro embebido na montada.
Com o bravo quinto chegou o triunfo rotundo! Uma grande porta gaiola e o remate com o toiro a perseguir o cavalo com emoção e bravura foram a entrada perfeita para esta empolgante lide. Mais um bom comprido se seguiu e depois veio prato principal. Bons ferros com batidas aos piton contrário cravando no alto do morrilho do negro, aquele segundo curto foi um dos ferros da tarde, seguido de um toureiro remate. Ladeou e teve bonitos recortes na cara do oponente, o que fizeram as delícias dos presentes. O toiro acometia de todos os lados da praça, o Miguel desfrutou e fez-nos desfrutar durante esta lide, que bonito é ver o desafio entre um bravo e um homem numa arena. Rematou a sua obra com um bonito ferro de palmo.
João Salgueiro da Costa no terceiro da tarde armou taco dos grandes! Cravou somente um comprido porque o peitoral do cavalo se partiu, entendeu o João que um comprido lhe bastava e bem o senhor director de corrida acedeu ao pedido do cavaleiro. Nos curtos grande lide do de Valada, curtos empolgantes citando de largo com o toiro a arrancar e a vir cá acima no momento do ferro. O público aplaudiu de forma efusiva o visto na arena de Alter. Que grande foi o quarto curto com um bonito remate, outro dos grandes momentos desta tarde. Mais um ferro de boa nota para rematar a sua lide e assim finalizou a primeira parte desta boa corrida de São Marcos.
O sexto foi a fava do curro, lide laboriosa de Salgueiro a tentar desenganar o toiro, que teimava a procurar as tábuas… Dois compridos a abrir a função e quatro curtos com destaque para os dois primeiros, nos que finalizaram a lide, o toiro já se metia no momento do ferro dando um toque na montada. Lide de mais a menos.
Os eternos rivais Santarém e Montemor foram os grupos convidados para pegarem os seis toiros de Joaquim Brito Paes e corridas destas são sempre um ponto mais de atracção para os aficionados..
Abriu a tarde pelos de Santarém José Maria Gonçalves à primeira tentativa, reuniu em desequilíbrio mas teve alma para lhe ficar na cara entraram a tempo os ajudas e foi realizada a sorte.
Damião Goes realizou um rija pega à primeira tentativa, o toiro vinha com pata, derrotou por cima, brigou com o grupo quando se sentiu fechado tentando tirar a cara o Damião nunca desistiu e a pega foi realizada.
Fechou a tarde pelos Scalabitanos João Faro, numa boa pega à primeira tentativa, bem a receber, o grupo a entrar a tempo. Boa passagem dos de Santarém por esta bonita arena do alto Alentejo.
Pelos de Montemor saltou para pegar o segundo da tarde Miguel Sampayo Ribeiro que foi dobrado à segunda tentativa por Vasco Carolino que lhe teve que bater as palmas mais três vezes o toiro defendia-se no momento da reunião vindo com a cara por cima e tirando o cara com um derrote com o corno direito. A pega foi realizada à quinta tentativa.
Joel Santos pegou o quarto da corrida à primeira tentativa numa boa pega, que o forcado reuniu com brio e o grupo ajudou de forma coesa.
Fechou a tarde Vasco Ponce numa grande pega à primeira tentativa, bem a citar, receber, fechando-se de pernas e braços, bem o grupo a ajudar.
Estava em disputa o troféu D. José de Athayde para a melhor lide, sendo jurados Nuno Cabral, Carlos Fernandes e Paulo Pessoa de Carvalho, foi outorgado a Miguel Moura na lide do quinto da tarde.
Dirigiu a corrida Agostinho Borges, sendo o médico veterinário José Guerra.