Crónica corrida de Tomar

O início do mês de agosto na região de Tomar, é marcado pela chegada de inúmeros emigrantes, e para os homenagear, como é tradição, foi organizada no passado dia 4 de agosto a Corrida do Emigrante na castiça praça da cidade do Rio Nabão.

A corrida contou com um cartel bem rematado em que a empresa apostou num formato misto, algo que já não acontecia há alguns anos na praça de Tomar.

O cartel composto por Rui Salvador e António Brito Paes nas lides a cavalo, e Manuel Dias Gomes na lide apeada.

Lidaram-se reses de Lopes Branco e Calejo Pires.

As pegas estiveram a cargo dos Grupos de Forcados Amadores de Tomar e dos Amadores de Coimbra. Registaram-se 3/4 de casa.

O primeiro toiro de Lopes Branco saiu à praça, justo de trapio, colaborador sem querenças que Rui Salvador entendeu. Nos com o Luso-Arabe Xairel luziu nos cites terra-a-terra deixando curtos de boa nota.

A primeira pega esteve a cargo do grupo de forcados da casa. David Gonçalves, talvez pelo nervosismo complicou o que parecia ser simples o que motivou não ter consumado a pega! Concretizou a pega ao segundo intento bem ajudado pelo grupo

A António Brito Paes no segundo da ordem calhou um toiro mais bem apresentado que o anterior e cumpridor em linhas gerais. António apresenta as suas montadas de forma irrepreensível sendo um gosto vê-lo montar.

Nos compridos com o Estribilho e nos curtos com o Estoque andou desembaraçado numa lide alegre e correcta.

Pelo grupo de Coimbra foi à cara Marco Prates que apesar de ter estado bem no cite, devia ter recuado um pouco mais, o que pode ter ajudado no facto de não ter conseguido concretizar à primeira e ter saído lesionado. Foi dobrado pelo companheiro que pegou à primeira numa emotiva pega!

O primeiro toiro para a parte apeada da noite não saiu como esperado. Manuel Dias Gomes logo no capote apercebeu-se das dificuldades do oponente que tinha pela frente, que logo demonstrou sinais de mansidão. De destacar o primeiro e terceiro par de bandarilhas por João Ferreira, que atravessa um momento extraordinário. Na muleta pouco conseguiu fazer, revelando o toiro falta de nobreza e classe de investida, protestando no final de cada muletazo e tentando meter a cara ao toureiro.

O quarto toiro da noite, saiu à praça alegre e bem apresentado embora justo de forças foi colaborante.

O cavaleiro da casa vinha disposto a triunfar e esta noite justificou os seus 33 anos de alternativa. , entendeu se com ele, cravando alguns ferros com emoção mas foi com o Vice-Rei que colocou 6 curtos com boa nota, com destaque para o 5º a entrar pelo touro dentro num sítio que é seu característico. O Público correspondeu e ovacionou-o de pé.

À cara do toiro pelo grupo de Tomar foi André Feijão, em que apesar de não ter efectuado uma pega tecnicamente perfeita, a vontade de ficar foi mais forte e consumou à primeira.

O último toiro da noite para cavalo saiu bem apresentado à praça, sem querenças e com boa mobilidade, colaborante em linhas gerais. Brito Paes parou o touro no Caramelo deixando 2 compridos. Foi buscar o Êxito e numa lide com brega de galopes ladeados deixou 4 curtos sendo que no terceiro cravou a aguentar e a receber bem.Foi ainda buscar o Esplá e deixou mais 2 curtos para rematar a lide.

Pelo Grupo de Forcados Amadores de Coimbra Edgar Graciano consumou ao primeiro intento bem ajudado pelo grupo.

Quando tudo parecia perdido no que toca à parte a pé, eis que sai o segundo toiro da ganaderia Calejo Pires. De hechuras completamente diferente do primeiro, saiu alegre à praça. Manuel iniciou o ‘tercio de quites’ com uma verónica, seguida de dois faróis que mereceu os aplausos do público. Terminou por Tafalleras, ante um oponente colaborante. Bom tercio de bandarilhas, destancando o par cravado por Pedro Paulino China. Na muleta, Manuel Dias Gomes, provou que está disposto a tudo para ser figura. Manuel através do toureio de cercanias, conseguiu tirar recursos ante um toiro que revelava alguma falta de casta, conseguindo-lhe sacar alguns muletazos de valor elevado q chegaram ao público. Terminou a faena com desplantes que o toiro respeitou e permitiu.

Uma nota para o empresário, um detalhe que faz toda a diferença, o estribo da praça estava revestido com uma protecção de borracha. Um exemplo que outros recintos taurinos deviam seguir.

Artigos Similares

Destaques