Corrida entretida fecha temporada Eborense

A Arena D’ Évora abriu ontem pela última vez as suas portas na Temporada 2023 para receber uma corrida de toiros que anunciava um cartel variado e com alguns motivos de interesse. O público respondeu e preencheu cerca de três quartos da lotação do tauródromo eborense.

Da ganadaria Santa Maria vieram seis exemplares corretos de apresentação e nobres na generalidade. O primeiro pedia ligação e as coisas bem feitas e quando assim era respondia de boa forma. O segundo foi manso encastado e não foi fácil. O terceiro foi o mais complicado do curro, tardou nas reuniões e foi algo reservado. O quarto foi nobre e pediu ligação. O quinto foi o melhor da corrida. Perseguiu a montada com nobreza e disponibilidade. No final, a representante da ganadaria foi premiada com volta ao ruedo. O último teve nobreza e colaborou com a função.

No que às lides a cavalo diz respeito, abriu a função Luís Rouxinol. Dobrou-se bem com o toiro de saída em curto e cravou um bom segundo comprido, dando vantagem ao toiro. Na ferragem curta esteve em muito bom plano e cravou uma boa série de ferros, com epílogo num bom ferro de palmo. Esteve muito bem nos remates das sortes e na respetiva preparação.

No quarto da ordem, após regular desempenho na ferragem comprida, partiu para uma série de curtos de belíssimo efeito que chegou à bancada, sobretudo pelos soberbos remates em curto, ligados e templados. Terminou a função com um muito bom par de bandarilhas.

Gilberto Filipe esteve em bom plano nesta sua passagem pela Arena D’ Évora. Iniciou a função com a cravagem de três corretos ferros compridos. Na ferragem curta deu distâncias ao toiro e cravou uma boa série de ferros, numa prestação a ir a mais, com destaque para o muito bom quarto curto, o melhor da função. Terminou a função com um bom ferro em sorte de violino.

No quinto da ordem, depois da correta cravagem da ferragem comprida, esteve correto na ferragem curta, destacando-se o quarto e quinto curtos de muito boa nota, extraordinariamente rematado este último. Em seguida, com o cavalo sem cabeçada, cravou dois ferros curtos que chegaram com muita força ao público.

João Moura Caetano regressou a Évora após alguns anos de ausência. Lidou em primeiro lugar o toiro mais complicado do festejo. Veio com ganas e recebeu-o à porta gaiola, cravando de seguida dois bons ferros compridos. Na ferragem curta, esteve em tom regular, tentando contrariar as dificuldades do oponente, numa atuação correta mas sem alardes de triunfo.

No último da corrida a conversa foi outra. Voltou a receber o oponente à porta gaiola e cravou dois bons ferros compridos. Na ferragem curta, montando o Campo Pequeno, esteve em muito bom plano numa lide marcada pelo temple que imprimiu na brega de preparação e remate das sortes. Terminou a função com dois ferros citando de costas para o toiro que chegaram com muita força ao público.

No capítulo das pegas, estiveram em praça os Grupos de Forcados Amadores de Évora e Real de Moura.

Por Évora, abriu praça Gonçalo Pires que após 20 anos nos Amadores de Évora se despediu com uma grande pega à primeira tentativa. No final, após a volta ao ruedo, o público tributou-lhe calorosa ovação. João Madeira concretizou à primeira tentativa a pega ao terceiro toiro da ordem. Fechou a prestação dos Amadores de Évora o cabo José Maria Caeiro que concretizou uma grande pega à segunda tentativa.

Pelo Real Grupo de Forcados Amadores de Moura abriu a função Rui Branquinho com uma grande pega à primeira tentativa. Rui Aleixo concretizou uma boa pega ao primeiro intento ao terceiro toiro da ordem. Fechou a corrida Gonçalo Caeiro com uma boa pega também ao primeiro intento.

No final o prémio Cláudio Pereira Cassiano para a melhor pega foi entregue a Rui Branquinho do Real de Moura pela pega ao segundo toiro da ordem.

No início do espetáculo foi guardado um minuto de silêncio em memória de Cláudio Pereira Cassiano.

Durante o intervalo da corrida realizou-se uma demonstração de equitação de trabalho por parte de Carminho Filipe e Leonor Almeida, alunas do Campeão do Mundo Gilberto Filipe.

A corrida foi dirigida por Domingos Jeremias assessorado pelo médico-veterinário Dr. Carlos Santana.

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