A Praça de Toiros do Campo Pequeno em Lisboa, na passada quinta-feira 8 de Agosto de 2024 abriu as suas portas para receber a segunda corrida da Temporada da capital portuguesa.
Cartel variado composto por cinco cavaleiros de alternativa, um rejoneador, um concurso de pegas e um curro de toiros da ganadaria Vinhas. Corrida de Homenagem ao Emigrante e à família Bohorquez. em que o público correspondeu em grande número cerca de três quartos de casa deram colorido às bancadas da velha praça. Corrida televisionada para mais de noventa países do mundo pela plataforma OneToro, mostrando assim um pouco da tauromaquia lusa…
Dos Campos do Zambujal foram os exemplares lidados esta noite, marcados com o ferro da ganadaria Vinhas. Toiros bem apresentados dentro das características do encaste Santa Coloma e também do que são os toiros desta casa ganadera.
O primeiro era um cardeno estrelado, bragado e meano, bonito de tipo. Toiro com duas partes… se na primeira foi encastado e pronto, vindo pelo caminho dele, na segunda orientou-se, medindo muito no momento do ferro.
O segundo era uma estampa e a sua pelagem daria quase para fazer um livro… fiquemos pela descrição mais curta, um berrendo em cardeno. Bom toiro este, alegre e pronto!
O terceiro da noite era um tio… Um Vinhas grande, alto e comprido! Foi parco de força mas com mobilidade, mostrando por isso raça, sendo um tanto ou quanto orientado…
Enorme foi o quarto, 680kg de toiro! Conseguir movimentar aquele peso já foi um victória mas foi um toiro com nobreza que cumpriu bem a função.
O quinto foi um “guapo” cardeno, toiro interessante, com mobilidade e raça, pediu ofício a todos os que teve por diante.
Fechou a noite outro toiro grande e pesado, cresceu durante a lide e acabou por ser um toiro com bom comportamento.
Ana Batista, teve uma agradável passagem pela arena Lisboeta, dois bons compridos, cravados a preceito, lidando e rematando as sortes. O primeiro curto foi um dos ferros da noite, desenhando bem a sorte e cravando ao estribo. Lidou com inteligência, tentando interessar o toiro que fazia o papel do distraído… Entrou em terrenos de compromisso para deixar os seguintes curtos, fechou a sua lide com outro bom ferro.
João Moura Caetano, realizou em Lisboa uma das lides da noite, viu-se a gosto, aproveitou as qualidades do oponente e o conclave aplaudiu com força o visto na arena. Recebeu na porta dos sustos, cravou dois compridos, o segundo foi excelente, deixando vir o toiro, aguentando e cravando com verdade. Nos curtos, lidou bem, escolheu bem os terrenos, cravou bons ferros, rematando as sortes com toreria e recriando-se na cara do da Herdade do Zambujal. Bonita e conseguida esta lide de João em Lisboa.
Manuel Ribeiro Telles, senhor de uma bonita monta, teve lide de pormenores. Nos compridos cravou com solvência, tentando não apertar com um toiro que não se mostrava sobrado de forças. Nos curtos, lidou, para contrariar uma tendência que o toiro apresentava o de se adiantar muito, cravou um o terceiro ferro com sabor toureiro, e um quinto daqueles marca Manel!
Duarte Pinto é um toureiro que dá sempre muitas vantagens aos toiros, por vezes e nesta noite foi o caso existem toiros que não beneficiam muito com esse conceito de lide, porque se adiantam… Duarte tentou sempre realizar o toureio que sente e gosta, cravando tanto os compridos como os curtos de largo, não tendo os ferros o impacto desejando pela condição do Vinhas. Valeu a atitude e a raça do cavaleiro de Paço de Arcos em ano de comemoração dos seus 15 anos de alternativa.
O rejoneador Andrés Romero lidou o quinto, recebeu o de Vinhas na porta dos curros, tentando levar o toiro toureado na “jaquetilla” campera. Cravou dois compridos sem grande história, nos curtos a lide foi demorada… cravando os ferros com batida, interagindo de forma exuberante com o público nos remates.
Na noite em que Luís Rouxinol fazia anos, o Jr. realizou na arena de Lisboa uma grande lide! Bem nos compridos, cravando e lidado para interessar o toiro na lide. Praticou o toureio em curto e bem, debelando assim a tendência dos seus dois irmãos anteriores, a de se adiantar. Cravou ferros que tiveram impacto nas bancadas, grande foi o primeiro, deixando vir o toiro e cravando no centro da arena. Lidou e colocou o toiro nos terrenos adequados, rematando depois as sortes com recortes de bom toureio a cavalo. Mais uns quantos ferros de boa nota, rematando a lide com ferro a pedido do público de grande nota.
Nas pegas havia um concurso de pegas disputado pelos grupos convidados para esta noite, Amadores de Coimbra, Monsaraz e Académicos de Coimbra. O jurado foi composto pelos cabos dos três grupos e foi decidido justamente que a melhor pega da corrida fora a realizada ao segundo toiro da noite, levando o troféu o forcado André Mendes da formação alentejana.
Abriu a noite, Pedro Casalta dos Amadores da cidade dos estudantes, numa boa pega à primeira tentativa.
André Macedo à segunda tentativa, na primeira tentativa o cara desequilibrou-se no momento da reunião.
Por Monsaraz André Mendes realizou à primeira tentativa uma pega perfeita, bem a citar, recuar, reunir, ajudando o grupo de forma perfeita.
Tiago Ramalho noutra boa pega à primeira tentativa fechou a prestação dos alentejanos na praça da capital.
Francisco Gonçalves envergando a jaqueta azul dos Académicos de Coimbra, à terceira tentativa. Na primeira tentativa o forcado esteve enorme suportando vários derrotes.
João Tavares numa pega vibrante ao primeiro intento fechou a noite dos acadêmicos.
No início da corrida foi guardado um minuto de silêncio em memória de Manuel Rosa Tatá.
Dirigiu a corrida Manuel Gama, sendo o médico veterinário Jorge Moreira da Silva.