António Prates conquista a Palha Blanco

  • Vila Franca de Xira (Praça de toiros Palha Blanco)
  • 5 de Maio 2019
  • Concurso Ibérico de Ganadarias
  • Saltillo, Miura, Palha, Pinto Barreiros, Dr. António Silva e Dolores Aguirre
  • Filipe Gonçalves, Duarte Pinto e António Prates
  • Forcados Amadores de Lisboa e de Vila Franca
  • Meia casa fraca

A 1ª do abono na Palha Blanco, apresentava um Concurso de Ganadarias Ibérico. Saltillo, Miura, Palha, Pinto Barreiros, Dr. António Silva e Dolores Aguirre foram as ganadarias em disputa para os prémios de apresentação e bravura.

Filipe Gonçalves, Duarte Pinto e o praticante António Prates (que substituiu, por lesão, Rui Salvador) foram os cavaleiros em praça, marcando presença no capítulo das pegas o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa na temporada de comemoração dos 75 anos e o Grupo da terra, o Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira.

Houve toiros para todos os gostos, mas uma coisa ficou patente, “o que é nacional é bom“, os prémios ficaram, e bem, em Portugal, Pinto Barreiros bravura e Dr. António Silva apresentação. Houve, no entanto, pormenores a destacar nos restantes toiros; o toiro Palha em concurso foi igualmente bravo e poderia perfeitamente também ter ganho a bravura, o toiro Silva foi embolado duas vezes quase antes de entrar em praça o que acredito que o tenha condicionado. Por Espanha a coisa não correu tão bem, o Miura saiu diminuído e foi substituído pelo sobrero da ganadaria Palha, o Saltillo roçava o manso e adiantava-se uma barbaridade e o Dolores estava excessivamente pesado, 670kg… é demais… o toiro sentia uma dificuldade tremenda na sua locomoção. Os toiros são criados para serem atletas e com este peso é muito pouco provável que isso aconteça.

Filipe Gonçalves ficou com o pior lote. Abriu praça com o toiro Saltillo, sentiu tremendas dificuldades para dar a volta a um toiro que se adiantava por todos os lados, colocando os ferros da ordem sem destaque a acrescentar. Com o toiro Silva, uma estampa de toiro, mas cedo a refugiar-se em tabuas de onde mais não saiu, tentou de tudo, mas nunca conseguiu dar a volta a um opoente que de colaborante pouco tinha. Duas lides, nenhuma volta. O Filipe tem valor e raça e certamente que esta tarde não afetará a promissora temporada que tem pela frente.

A Duarte Pinto, por consequência da lesão do Miura tocaram-lhe em sorte dois Palhas, o que entrava a concurso e o sobrero. Desenhou duas lides com momentos altos e baixos. Não fosse na 1ª lide um ferro em falso e uma queda após o cavalo escorregar teria executado uma lide limpa e cheia de classe, andou alegre e com vontade de triunfar, colocando ferros de nota alta. Andou menos acertado no 2º, acabando mesmo por levar um valente toque junto às tábuas após arriscar para além do limite. Duarte Pinto deixou uma mensagem clara que tem valor para triunfar, oxalá tenha sorte! Uma nota para o bonito gesto de brindar a Francisco Faria, elemento lesionado do GFA Vila Franca que fraturou uma perna em Lisboa num toiro onde deviram ter dado volta juntos.

Ninguém gosta de substituir um colega pois isso é sinal que o mesmo se encontra lesionado. O jovem António Prates, foi o eleito pela empresa para colmatar a ausência do veterano Rui Salvador que se encontra de baixa médica. Em boa hora a empresa fez esta aposta, António Prates meteu a Palha Blanco no bolso…. Tocou-lhe o maior toiro, o tal Dolores Aguirre, mas nem isso lhe tirou garra nem animo para triunfar, entrou decido e rubricou uma primeira lide onde compreendeu o toiro e as suas limitações de mobilidade na perfeição, cravou ferros com emoção, bem preparados e não tiveram remates mais emocionantes pois o toiro pouco ou nada respondia ao castigo. Primeiro toiro, primeiro triunfo. No último da tarde, um bravíssimo de Pinto Barreiros, o praticante, sim praticante…, mas com atitude de cavaleiro de alternativa rebentou com tudo numa lide absolutamente fantástica a todos os níveis. É difícil escolher um momento de destaque da lide, o que se pode dizer é que este jovem tem um potencial incrível, alem disso é alegre e tem garra para qualquer toiro. Uma grande tarde, pois poucas são as vezes que a Palha Blanco se entrega assim a um cavaleiro praticante.

No capítulo dos forcados, abria praça o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, capitaneados por Pedro Maria Gomes. A Duarte Mira tocou-lhe o Saltillo onde nem forcado nem toiro complicaram o que resultou numa pega limpa à 1ª. João Varanda teve a difícil tarefe de enfrentar o “seiscentão”. Nunca é fácil para nenhum forcado, psicologicamente, enfrentar este tipo de toiros, no entanto o forcado transpirava confiança. Na 1ª tentativa não reúne da melhor maneira, pegando à 2ª tentativa com valor perante um toiro que empurrava com os seus 670kg. Fechou para os lisboetas Vítor Epifânio frente ao Silva, com uma grande pega. Na primeira tentativa, o toiro nas tábuas nunca se endireitou, arrancando solto e desenquadrado para o forcado o que impossibilitou a reunião. Já na segunda o toiro arrancou franco e alegre, proporcionando uma viagem com velocidade, mas com o forcado bem fechado e logrando uma grande pega, com o toiro a fugir ao grupo e parando quase no sitio de onde arrancou.

Pelos Amadores de Vila Franca, o cabo Vasco Pereira frente ao Palha deu o mote, e que mote. Uma pega plena de técnica e toureria, do inicio ao fim, contando com uma boa ajuda não só do 1ª ajuda Diogo Duarte como do restante grupo. David Moreira foi o escolhido para pegar o 4º da tarde, o sobrero de Palha e a pega só não foi concretizada à 1ª tentativa pois desequilibrou-se a recuar com o toiro, pegando à 2ª com facilidade e o grupo mais uma vez a fechar bem e outra boa ajuda de Diogo Duarte. Fechou a tarde Pedro Silva frente ao Pinto Barreiros, onde após uma reunião deficiente pegou à segunda tentativa numa vistosa pega bem ajudada. Destaque para o veterano rabejador Carlos Silva que continua oportuníssimo como nos habituou.

Foto: Monica Mendes (Farpas Blogue)

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