Miúdos e mais Miúdos, barrete e cinta na mão, Montemor é Praça Cheia
- 3 de setembro de 2022, Montemor
- Variedades Taurinas
- Cavaleiros Amadores: Francisco Maldonado Cortes, João Dias e Vasco Veiga
- Forcados: Montemor
- Ganadaria: São Torcato
- Direção de Maria Florindo assessorada por Feliciano Reis
Em Montemor respira-se a história dos toiros assim que lá entramos e mais na Feira da Luz… Terra de cavaleiros, de toureiros, ganaderos e sobretudo forcados, “aquelas gentes” têm pelo seu grupo um carinho especial, quase asombroso.
Ainda faltavam alguns minutos largos… para os ponteiros do relógio baterem às seis da tarde, e no portão e as imediações principais da praça de toiros apresentavam o sangue novo e o futuro da Festa! Miúdos e mais miúdos, barrete e cinta na mão, carregavam o sonho de ontem, 3 de Setembro, pisar a arena da sua praça e de um dia envergar a jaqueta do grupo de Montemor. A festa está garantida!
Embora seja verdade que vivemos alguns anos muito convulsivos, possivelmente mais do que nunca, mas não menos verdade é que ainda existe um amor, e muito, pelas corridas de toiros. Ontem foi possível verificar isto… podendo-se concluir que temos um longo futuro pela frente. Um milhar largo de pessoas fomos testemunhas desta constatação e do sonho destes miúdos. Gente nova e mais graúda preencheram as bancadas de Montemor, dizendo presente e garantindo e desfrutando do futuro desta cultura.
Voltaram as novilhadas populares a Montemor e em boa hora voltaram! Ir a estes festejos nesta terra é sinônimo de uma tarde bem passada, a empresa montou um cartel a cavalo de sumo interesse. Francisco Cortes, João Dias e Vasco Veiga, que bem toureiam estes miúdos! Os juvenis do grupo de forcados de Montemor a pegar, estiveram superiores. Novilhos de São Torcato bravos. E no fim meninos de palmo e meio a pegarem duas bezerras, foi a cereja em cima do topo do bolo da grande festa vivida ontem por aquelas paragens.
Abriu a tarde Francisco Maldonado Cortes, diante de um bravo vindo da Herdade do Vidigal. Cravou os compridos a preceito, lidou muito bem, escolhendo na perfeição os terrenos para deixar o São Torcato colocado para o ferro. Desenhou bem as sortes e cravou no alto de cima a baixo, rematando com toreria.
Para a cara deste novilho saltou em primeiro lugar, (já que com a devida autorização da direcção de corrida foram realizadas duas pegas a cada exemplar) António Raimundo, muito bem a citar, receber e a fechar, o grupo ajudou como mandam as regras. Rodrigo Corrêa de Sá foi o eleito para a segunda pega e novamente se viu uma grande pega de caras, tudo bem feito por parte do cara e do grupo.
João Dias foi o encarregue de lidar o segundo da tarde, outro bom novilho de São Torcato. Bem nos três compridos, dando distâncias e abrindo os caminhos ao oponente. Nos curtos a lide foi superior, grande conexão com o público, bom conceito de lide, cravando os curtos ao estribo, de alto a baixo, em sortes bem desenhadas, bonito nos remates toureiros. Finalizou a lide com um palmo e os presentes não lhe regatearam as ovações. Um cavaleiro amador a seguir!
Manuel Carolino foi o escolhido pelo cabo dos juvenis, José Maria Marques, para pegar o segundo. Esteve muito bem na cara deste novilho, recebendo de forma superior, bem o grupo a ajudar. Para a segunda pega saltou António Vacas de Almeida que à primeira tentativa também esteve bem na pega de caras.
Vasco Veiga lidou o último dos novilhos, muito bem nos compridos que cravou, andando em toureiro e templando as investidas do exemplar que lhe tocou em sorte, o menos claro do lote. Nos curtos a lide foi em crescendo, lidando bem, cravando bons curtos, sendo os mesmos rematados com garbo. Terminou a lide com um ferro empolgante em sorte de cambio. Boa lide do Vasco.
Afonso Loios de Vasconcelos bem à primeira tentativa, recuando perfeito e a receber também muito bem, ajudando o grupo de forma superior. Fecharam a tarde em sorte de cernelha Joel Santos e João Comenda, que com decisão e valentia dominaram o oponente.
Finalizada a novilhada, eis que se encheu a trincheira e a arena de futuras promessas da forcadagem! A cara de felicidade destes pequenos de palmo e meio era um poema cantado. Todos muito compenetrados, ouvindo os conselhos dos mais velhos, saltando a trincheira com decisão, bateram as palmas às bezerras, pegando alguns deles já com um garbo superior, antevendo que ali já há grandes forcados. Olé!
Dirigiu o espectáculo Maria Florindo, sendo o médico veterinário Feliciano Reis.