Domingo, 14 de Maio de 2023 em Salvaterra de Magos, recebeu o seu Concurso de Ganadarias, data que se tem vindo a tornar uma das mais fortes do calendário taurino nacional.
Cartel composto por a cavaleira da terra a comemorar 30 anos de toureio, Marcos Bastinhas e João Ribeiro Telles, forcados Amadores de Montemor e Coruche e seis ganadarias a concurso, disputando os prémios de Apresentação e Bravura.
A bonita e castiça Praça de Toiros desta bonita terra Ribatejana teve obras de remodelação durante o defeso, está mais bonita é verdade, de cara lavada… Mas um pequeno apontamento há coisas que são características de cada lugar, sítio… Na antiga praça de Évora quem não se lembra daquele escrito nas barreiras, “É proibido saltar… Quando se via um retrato de uma corrida de Salvaterra logo se identificava o sítio, aquelas lista brancas, debruadas a sangue de toiro nas barreiras, com a nova pintura desapareceram, penso que ainda se vai a tempo voltar ao original.
Abriu praça um bonito e rematado toiro de São Marcos, composto de cara. Foi um toiro complicado, media e esperava no momento do ferro, não era claro a perseguir os cavalos, nunca rompeu a bom. De Passanha foi o cinquenho saído em segundo lugar, toiro baixo e composto de cara. Acometeu com som e de largo sempre que solicitado, meteu bem a cara nos capotes. Bom toiro! O Terceiro foi um toiro da ganadaria Veiga Teixeira, grande, comprido, bonito! Quanto ao comportamento foi nobre, faltando-lhe alguma chispa para ser redondo. Com ferro de Luís Terron saiu o quarto, também com cinco anos de idade, toiro alto, composto de cara, Foi reservado e não rompeu a bom com o decorrer da lide. De Varela Crujo foi o quinto, de cara aberta, alto também ele, não foi um toiro claro… Teve mobilidade, andou sempre com a cara por cima, sempre a medir muito. O que fechou a corrida tinha o ferro de David Ribeiro Telles, baixo e com uma cara toureira. Toiro nobre, teve som, veio a mais com o decorrer da lide. Bom Toiro!
Os jurados foram os próprios ganaderos e decidiram que o prémio de apresentação seria para a ganadaria Veiga Teixeira e o de Bravura para a ganadaria Passanha.
Ana Batista não foi bafejada com a sorte no sorteio. No primeiro toiro a lide começou incerta, com o toiro a medir muito e a Ana não muito regular de mão. Nos curtos com o de São Marcos a adiantar-se no momento do ferro viu-se uma Ana esforçada a querer fazer as coisas bem feitas. Lidou com correcção, cravando os ferros da ordem com desenvoltura, destaque maior para o quinto, este um bom ferro.
No quarto também os compridos não foram muito regulares mas a lide veio a mais na ferragem curta e os três últimos ferros foram de boa nota. Ana na brega teve que alegrar um toiro que fazia o papel de meio sonso mas que quando podia fazer mal tentava colher. O bandarilheiro Fábio Machado foi colhido neste toiro, felizmente sem consequências de maior.
Marcos Bastinhas recebeu o de Passanha na porta dos surtos e partiu para uma lide empolgante, alegre e movimentada. Dois bons compridos de praça a praça. Os curtos foram cravados ao piton contrário, rematados com piruetas. Rematou a lide com um palmito e um bom par de bandarilhas. Público de pé!
Com o de Crujo, Marcos teve novamente uma boa passagem pela arena de Salvaterra. Bem nos compridos, nos curtos houve acerto na escolha dos terrenos para lidar o oponente, tapou defeitos e tentou destacar as poucas qualidades do toiro. Cravou ferros de boa nota, que contagiaram os presentes que preenchiam cerca de três quartos das bancadas.Rematou a lide com um bom ferro de palmo e um violino de belo efeito que contagiaram os público aplaudindo com força este final de lide.
João Ribeiro Telles no terceiro da tarde teve uma lide bonita! Recebeu o de Teixeira na porta dos curros, cravou dois compridos de boa nota. Nos curtos a brega foi exímia, imprimindo ritmo ao toiro, que era “suavon” e necessitava de ligação. Cravou ferros de boa nota, destaque maior para o segundo, e quarto, rematando bem as sortes. Finalizou a lide com um palmo de belo efeito.
O de David Ribeiro Telles foi o que fechou praça e aí a lide foi redonda! Bem nos compridos, andando sempre muito ligado ao toiro. Nos curtos houve toureria e gosto em tudo o que foi feito na arena. Desfrutou e fez desfrutar! Houve temple, cadência, magia no feito! Levou o toiro embebido no cavalo para preparar as sortes, cravou grandes ferros, os remates tiveram graça toureira. Finalizou a lide com o “Ilusionista” e mais três bandarilhas foram cravadas, sendo a terceira um verdadeiro hino ao toureio a cavalo. O toiro arrancou de largo, o João aguentou e nos tercios de alto a baixo foi cravado o ferro da corrida. Olé! Público de pé!
Para as pegas Forcados Amadores de Montemor e Coruche.
Abriu a tarde numa grande pega à primeira tentativa José Maria Marques, bem a citar, receber e suportar vários derrotes cá atrás, o grupo ajudou bem e foi realizada a pega.
Francisco Borges pegou o terceiro da tarde, boa pega à primeira tentativa, bem o forcado da cara e o grupo.
Manuel Carvalho diante do difícil Crujo teve que “bailar com a mais feia”… Toiro a vir por cima e dar um derrote no momento da reunião tirando o forcado. Na terceira tentativa saiu visivelmente magoado. Decidiu o cabo que o toiro seria pegado de cernelha e ele mesmo e Luís Vacas de Almeida foram os encarregues de pegar tamanha prenda… Três vezes tiveram que entrar nesta sorte de pega e três vezes houve emoção a rodos na arena. O toiro cada vez mais se ia complicando, mas por diante teve a decisão de um forcado de época como é António Pena Monteiro que vê toiro em todos os sítios, entrou sempre com uma decisão enorme, secundado pelo rabejador. Na terceira foi realizada a sorte e o público rendido aplaudiu de pé.
Pelos Amadores de Coruche abriu a tarde Martim Tomás numa boa pega à primeira tentativa, bem o grupo a ajudar.
João Prates extraordinário à primeira tentativa, tudo bem feito, grupo a entrar coesamente e foi realizada uma grande pega.
Fechou a corrida David Canejo, também à primeira tentativa e novamente os ajudas tiveram à altura do acontecimento.
Dirigiu a corrida Tiago Martins e foi médico veterinário José Luís Cruz.
Foto destaque: Farpas Blogue