Em tarde de 40 graus à sombra Rouxinol cantou mais alto

A Praça de Toiros José Mestre Baptista em Reguengos de Monsaraz abriu no 11 de Junho de 2017 as suas portas para mais uma corrida de toiros com a chancela da empresa Verdadeira Festa, Lda.

Um cartel atractivo composto por João Moura, Rui salvador e Luís Rouxinol, três figuras que dispensam apresentações no panorama taurino nacional, com créditos firmados e reconhecidos que competiam entre si, Forcados Amadores de Montemor e Monsaraz, 3 toiros de Murteira Grave e 3 toiros de Passanha completavam o cartel.

Saíram bem apresentados os toiros de Murteira Grave e Passanha com destaque para os primeiros, bem rematados e com mais trapio.

E comportamento também se destacou o toiro grave saído à arena em terceiro lugar, lidado pelo homenageado Luís Rouxinol.

Este precioso castanho teve uma saída alegre com acometidas impetuosas, perseguindo a montada de Rouxinol com codícia, ostentou comportamentos de bravo, embora tenha tido alguma querença perto dos curros e descaído para tábuas com frequência, saiu sempre destas com investidas com som que fizeram vibrar o público.

Resumindo, foi um toiro nobre que transmitiu bastante, e que demonstrou que um toiro pode ser nobre sem ser uma “babosa”.

Relativamente aos cavaleiros, saiu triunfador Luís Rouxinol na tarde em que foi homenageado pela comemoração de trinta anos de alternativa.

Rouxinol teve pela frente na sua primeira função tal toiro de Murteira Grave, a que deu uma lide plena de emoção, aproveitando muito bem a matéria – prima que tinha à sua disposição.

Compridos de praça a praça, série de curtos cingidos com remates de belo efeito, rematou com um bom palmo e um belíssimo par de bandarilhas com marca da casa a que habituou os aficionados.

No seu segundo, um Passanha mais reservado mas que foi abrindo com o decorrer da lide, não esteve tão exuberante, no entanto deixou bons apontamentos demonstrando que é um toureiro maduro que pode com todos os toiros e que sai sempre à arena predisposto  a dar tudo.

João Moura efectuou uma primeira lide em plano de maestro que é.

Perante um Passanha que saiu algo diminuído de locomoção, reservado e com querenças acentuadas, o maestro de Monforte teve de aplicar toda a sua sabedoria para lhe aplicar uma lide que foi do agrado do público, mexendo bem no oponente acabando por encontrar toiro em todos os terrenos. Terminou a lide com um palmo arrojado a entrar pelos terrenos do toiro, rematado a preceito.

Na sua segunda lide a história foi outra, João Moura encontrou pela frente um toiro muito sério de Murteira Grave que se adiantava à montada, causando bastantes problemas ao cavaleiro de Monforte, que se limitou a colocar a ferragem da ordem recorrendo por demasiadas vezes ao labor dos seus subalternos.

Rui Salvador teve pela frente na sua primeira lide outro Grave sério que lhe causou bastantes problemas.

Andou esforçado para colocar a ferragem da ordem.

No seu segundo, um toiro saiu bastante reservado mas que foi crescendo com a lide, após dois compridos sem história e dois curtos a provar, Rui Salvador encastou-se e deixou dois curtos à “Salvador” a atacar literalmente o oponente e a entusiasmar o público presente, saindo sob fortes aplausos.

No que diz respeito à forcadagem, os dois grupos estiveram bem, com destaque para os montemorenses que efectuaram três pegas limpas tecnicamente perfeitas.

Assim, pegaram por Montemor Francisco Barreto, Francisco Borges e Manuel Dentinho todos ao primeiro encontro, sendo de destacar a coesão do grupo a ajudar.

Por Monsaraz pegaram David Silva à segunda tentativa, Carlos Polme à primeira tentativa na pega mais vistosa da formação Alentejana e Nelson Campaniço à primeira tentativa após uma reunião defeituosa, sendo bem ajudado pelo restante grupo.

Dirigiu com acerto Agostinho Borges, a quem tiramos o chapéu por ter aguentado os 40 graus sem nunca ter desapertado o nó da gravata.

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