Depois da súbita retirada de Alejandro Talavante, o jornalista de investigação Javier Negre, vem pôr às claras o lado obscuro da tauromaquia espanhola.
A verdadeira razão do adeus de Talavante é o ‘Maquiavel dos Toiros’ é o título do artigo, publicado pelo jornal El Mundo, que explica que Alejandro Talavante se retirou depois da sua actuação na Feria del Pilar em Zaragoza, devido ao boicote a que foi votado pelo empresário Toño Matilla, de quem se separara cerca de quatro meses antes.
Tudo terá começado quando Talavante abriu a porta grande de Granada, em Junho de 2018.
Talavante aproveitou ocasião (que veio na sequência da porta grande de Madrid e que o consagrou como um dos toureiros da moda) para dizer a Matilla que pretendia subir o seu cachet em 15.000 euros.
Matilla reagiu da pior maneira possível. Ao ponto de, no dia seguinte, Talavante ter anunciado o fim do apoderamento.
«Aquilo foi a sua sentença de morte» afirmou uma fonte próxima do diestro ao jornalista do El Mundo «Começou a sofrer um boicote por parte de Toño, que começou a mover influências para lhe fechar as portas das grandes férias. Não o vetou apenas nas praças que gere. Também as que são controladas por outros empresários. Porque apoderar Manzanares, Padilla, Fandi dá-lhe o poder de dizer que se Talavante for não manda as suas estrelas. Como possui várias praças também ameaça vetar os toureiros de outros empresários nesse sistema em que os intercambiam como cromos para ganhar mais e o rendimento do toureiro é o que menos importa. Dá-lhes igual que se encha a praça. Preferem uma meia casa com toureiros de baixo cachet do que pagar a figuras».
Foi assim que Talavante deixou de estar em grandes feiras taurinas “por arte da máfia”.
Toño Matilla reúne um grande poder, já que para além daquele plantel de figuras a que acrescentou agora Morante de La Puebla, Toño Matilla, controla as ganadarias de García Jiménez, Olga Jiménez e Peña de Francia, controla as praças de San Sebastian de Los Reys, Jerez, León, Valladolid, Segovia e Castellón.
Toño Matilla é descrito como o chefe da máfia, logo seguido pelo mexicano Bailleres, Ramón Valencia e por Simón Casas.
São estes que controlam todo o negócio.