A Praça de Toiros da Granja foi neste sábado, 11 de fevereiro, o palco daquele que era o terceiro festejo tauromáquico da temporada 2023 em Portugal. Terceiro festejo em Portugal e terceiro no concelho de Mourão, depois do enorme esforço feito pela autarquia mouranense em levar por diante os festejos iniciais da temporada no seu concelho. O seu presidente, João Fortes, marcou presença nos espetáculos e foi nesta tarde brindado por alguns dos intervenientes no espetáculo.
Quanto ao espetáculo propriamente dito, a tarde resultou com motivos de interesse, com toureio para todos os gostos. O público respondeu à chamada e preencheu mais de três quartos da lotação do tauródromo alentejano.
Foram lidados toiros e novilhos de Júlio Justino, de apresentação condizente com o espetáculo em questão e díspares de comportamento. Distraído o primeiro, que acabou por cumprir. O terceiro da ordem, o de melhor apresentação do festejo, foi complicado e adiantou-se à montada do cavaleiro. O que abriu a segunda parte do festejo foi o de pior apresentação deste ferro, denotando alguma falta de forças, o que retirou algum brilho à atuação. O melhor da tarde foi o quinto, que foi bastante voluntarioso, arrancando-se de qualquer parte de onde era solicitado. O que encerrou praça também cumpriu de boa maneira. O ganadero Júlio Justino foi premiado com volta à arena após a lide do último da ordem. O segundo novilho da tarde pertenceu à divisa de Paulo Caetano, pequenote, foi bastante nobre, acabando por vir a menos com o decorrer da função.
Quanto às lides a cavalo, abriu praça o cavaleiro Filipe Gonçalves. Após colocar com correção a ferragem comprida, partiu para uma série de curtos com pronunciada batida ao pitón contrário, destacando-se o bom terceiro. Terminou a função com um violino e um ferro de palmo.
João Moura Caetano lidou o segundo da ordem, e realizou uma atuação marcada pelo temple. Andou bem em compridos, montando o Ouro Negro, partindo depois para uma série de curtos de bom efeito, estando bem a bregar e nos remates das sortes. A lide veio a menos dada a menor disponibilidade do oponente, acabando em tom mais discreto.
Marcelo Mendes enfrentou aquele que foi talvez o mais complicado do festejo. Deu a volta ao oponente. Utilizou apenas uma montada ao longo de toda a lide e esteve em bom plano. Esteve bem na ferragem curta, abordando o toiro em curtas distâncias. Terminou a função com dois ferros de palmo.
Transposto o equador do festejo, entrou em praça o rejoneador espanhol Andrés Romero. Realizou uma atuação algo intermitente. Deixou bons momentos, destacando-se o segundo ferro curto, de bom efeito, batendo pronunciadamente ao pitón contrário. Por outro lado, consentiu alguns toques na montada, diante de um toiro que tirou algum brilho à prestação por denotar escassez de forças. Ainda assim, divertiu o público que o acarinhou bastante.
Os melhores momentos da tarde viveram-se aquando a lide do quinto da ordem, que foi também o de melhor comportamento. João Salgueiro da Costa esteve em tarde inspirada e ofereceu bons momentos de toureio aos aficionados. Optou por dar sempre vantagens ao oponente, resultando a ferragem com bastante brilhantismo. O segundo curto foi dos bons! Terminou a função com a cravagem de um ferro em sorte de violino.
Fechou a tarde a jovem cavaleira praticante Mara Pimenta e fê-lo de boa forma. Esteve bem particularmente na ferragem curta, andando comunicativa com o público, que aplaudiu a sua atuação. Terminou a atuação com um ferro de palmo. Boa prestação da jovem cavaleira de Almeirim a abrir a sua temporada.
No capítulo das jaquetas de ramagens estiveram em praça três grupos de forcados alentejanos: São Manços, Póvoa São Miguel e Monsaraz.
Por São Manços, pegaram Diogo Coutinho, que saiu da cara do toiro no primeiro intento. Concretizou com grande mérito à segunda tentativa, com viagem longa. Alexandre Ramitos também pegou à segunda, consumando com brilhantismo.
Os Amadores da Póvoa São Miguel pegaram o seu primeiro toiro à terceira tentativa, por intermédio de João Cortes, depois de duas tentativas iniciais em que não conseguiram levar de vencido o astado de Paulo Caetano. O quinto da ordem foi pegado por Carlos Tristão, também à terceira, com uma excelente primeira ajuda.
Os Amadores de Monsaraz concretizaram a única pega da tarde ao primeiro intento, por intermédio de David Ramalho, que contou com a ajuda coesa de todo o grupo. Fechou praça Gustavo Perdiz, que consumou à segunda tentativa.
A corrida foi dirigida por Domingos Jeremias, assessorado pelo médico-veterinário Dr. Carlos Santana.