Ramón Valencia: “A colaboração com Simón Casas não pretende ser um monopólio”

 

Ramón Valencia falou com a rádio COPE sobre os cartéis de Sevilha e a situação da Festa.

“Logicamente há alguma ausência se algumas figuras que não estão, muito para meu pesar. Mas em termos gerais estamos bastante contentes e são uns cartéis positivos para a afición”, afirmou o empresário. Para Valencia, o que melhor define estes cartéis é o equilíbrio. O empresário afirmou ainda que a cobertura que tem sido dada aos toureiros sevilhanos não tem a ver com um factor localista mas, sim, por estes terem ganhado o seu lugar ali.

As ausências de Paco Ureña, Diego Ventura e Cayetano Rivera, de que Ramón Valencia já tinha falado (veja aqui), voltaram a ser assunto de conversa. “O Diego Ventura auto-excluiu-se no ano passado quando fez aquelas declarações e é de respeitar. Depois pediu uma corrida mista e esta empresa não vê essas corridas mistas. Ao Ureña oferecemos várias ganadarias e ficou fora por decisão pessoal. Ao Cayetano, que em Sevilha tem uma atracção especial, oferecemos três ou quatro encastes e ele considerava que devia matar outros, e decidiu não vir. Falou-se com todos e se não estão não será por culpa da empresa”, afirmou.

Morante de la Puebla é outra ausência da Feira de Abril; no entanto, estará em duas partidas na Feira de São Miguel, em Setembro. “A razão de Morante não estar na Feira de Abril é ter querido começar a sua temporada mais tarde. É uma decisão pessoal e é muito respeitável. Mas há que louvar o seu esforço de tourear duas tardes em São Miguel, porque potencia muito essa feira”, disse o empresário.

O objectivo, agora, é conseguir recuperar o número de abonados que existia antes da crise. Ramón Valencia afirma que esperam subir setecentos ou oitocentos abonos, agora que a situação económica melhorou. “O trabalho de todo o empresário é que os cartéis sejam ao gosto da afición e que a praça encha.”

José Tomás também estará mais uma temporada longe de Sevilha. “Tenho o costume de o chamar todos os anos”, afirmou Ramón Valencia. “Este ano fi-lo antes do Natal. O seu apoderado disse-me que iam para o México e para lhe ligar no regresso. Depois disseram-nos que não tinham planificado a temporada e que passava outro ano sem Sevilha.”

Também o elenco das ganadarias, com Victorino Martín e Miura a serem as únicas além das várias variações do encaste Domecq, foram motivo de debate. “Temos treze corridas de toiros. Quando o abono durava mais, com uma Feira de Abril de mais de duas semanas, tínhamos quatro ou cinco dias com outros encastes, e não tivemos o apoio da afición para os podermos manter.” Isso seria possível em Madrid, afirma o empresário, pois têm trinta dias de toiros.

O sócio-gerente da empresa Pagés falou também do seu acordo de colaboração com o empresário Simón Casas, comentando a frase que ambos disseram num comunicado enviado às redacções taurinas e que tem sido muito comentada: a que explicava que o objectivo do acordo era “potenciar todos os vectores de desenvolvimento da Tauromaquia, priorizando o fomento da qualidade e a protecção de novos valores”.

Segundo Ramón Valencia, os dois empresários consideraram que as duas praças mais importantes, Madrid e Sevilha, “devem ter um diálogo mais permanente e constante para potenciar a Festa, analisá-la, apostar nos jovens nas novilhadas e analisar em definitivo o estado da Festa”. “A colaboração existe mas sem vincular ambas as empresas”, afirmou, dizendo que os resultados se verão com o tempo. “A colaboração com Simón Casas não pretende ser um monopólio. Quem vê os cartéis de Valência o Sevilha pode comprová-lo. Os monopólios não conduzem a nada de bom”, garantiu.

Finalmente, Ramón Valencia falou do empresariado taurino e das ultimas acções da ANOET, a Associação Nacional de Organizadores de Espectáculos Taurinos espanhola, perante vários contratos de concessão de praças que organizarão concursos de adjudicação de praças como Saragoça.”Este Inverno saíram vários contratos de concessão que temos analisado e consideramos inviáveis. Isso prejudica muito a Festa. Queremos que as administrações, de cada vez que levam uma praça a concurso, contactem com os empresários para comparar opiniões”, disse Valencia.

 

Fotografia: Mundotoro

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