Podem abrir-lhe o peito, escarafunchar sem dó nem piedade, porque estamos certos de uma coisa: Em vez de um coração, Padilla tem no peito um motor Ferrari 3.9 litros biturbo V8, juntas de kryptonite, veias de cabo de aço, artérias autorregeneradoras e é bem capaz de, mesmo só com um olho, ter mais megapixéis do que as duas câmaras do Samsung S8.
Padilla não é humano. Não, não pode ser.
Até à data não existem registos da presença de ovnis em Espanha, mas quase que apostamos o mindinho do pé direito que no dia 23 de Maio de 1973 em Jerez de La Frontera, um casal de extraterrestes levou o pequeno Padilla para outra galáxia e deixou no seu lugar uma versão indestrutível e melhorada da criança. Ou isso ou a mãe do senhor andou enrolada com um power ranger e afinal o pai é outro… Mas como acreditamos na seriedade da senhora, fiquemos pela primeira hipótese.
Quando, no passado dia 12 de março, aquele malandro Fuente Ymbro o colheu na Feria de Fallas de Valencia, juramos que tememos o pior. Afinal, que humano aguentaria outra dolorosa recuperação? Afinal, para quê voltar a arriscar a vida? Não teria ele já provado tudo aquilo que tinha para provar? Padilla não tardou a responder: Estaria de volta em breve. Mais breve do que se suspeitaria. E não é que está mesmo?! Depois não querem que suspeitemos que o homem é feito de uma liga de carbono com Nitreto de Boro Wurtzite? É, pois. Só pode ser.
Infelizmente não conhecemos Padilla pessoalmente. Gostávamos muito, para tirar uma selfie com ele, embrulhados na sua bandeira do pirata. Mas no dia em que tivermos essa oportunidade, havemos de lhe procurar atrás da nuca o botão on/off ou a entrada para o carregador, se bem que desconfiamos que Padilla é carregado a orelhas e aplausos e é por isso que a bateria dura até hoje.
Nisto tudo,a única coisa que nos deixa na dúvida e que não nos permite ter a certeza absoluta da origem do Padilla, é a sua sensibilidade. As máquinas não têm emoções, não transmitem emoções, mas Padilla emociona-nos.Emociona-nos a sua arte, o seu risco, a sua entrega. Emociona-nos a sua verdade, a sua determinação, a sua força. Emociona-nos como ninguém, como poucos humanos nos emocionam.
É por isso que na próxima quinta-feira estaremos no Campo Pequeno: Primeiro para nos emocionarmos e depois, não menos importante, para lhe levar o telefone do E.T. para ele telefonar para casa…
Padilla Go Home!
Padilla Go Home!
(Agora fechem os olhos e imaginem o nosso cabo a conduzir uma bicicleta voadora com o Padilla no cestinho das compras, sobrevoando o Campo Pequeno. Era lindo, não era?)