Realizou-se mais um festival da CerciBeja, este ano a comemorar os 40 anos da sua existência, como é habitual o profissionalismo e a dedicação do seu presidente José Hilário com a colaboração de José Maria Charraz, resultou em mais um êxito, sendo consequência desse trabalho os mais de 8000€ de receita angariados para a instituição.
O festival CerciBeja integra normalmente a feira “Rural Beja”, este ano quis a organização antecipar em uma semana esta iniciativa, não sei se teve influência, mas a juntar o calor que se fez sentir na capital do Baixo Alentejo, a verdade é que a lotação da “Varela Crujo”ficou-se pela meia casa fraca, preenchendo apenas os sectores da sombra, para o ano talvez seja de considerar repor a data tradicional.
O cartel era composto por:
- Ruis Salvador
- Tito Semedo
- Marcos Bastinhas
- Mara Pimenta
- António Prates
- Joaquim Brito Paes (prova de praticante)
- Curro Nuñez (novilheiro)
Forcados:
- Real de Moura
- Póvoa de São Miguel
- Beja
Toiros gentilmente cedidos por:
- Murteira Grave, Nuñez de Tarifa (2), São Martinho, Ascensão Vaz, António Lampreia, António Semedo.
Rui Salvador abriu tarde frente a um mal apresentado Murteira Grave, mesmo tendo em conta tratar-se de um festival há mínimos e este toiro enviado da Galeana não os cumpriu minimamente.
O cavaleiro de tomar andou a gosto, cravou bons ferros, resultando numa lide agradável que não foi melhor devido às condições do astado.
Para a pega o real de Moura, Luís Bate pegou à primeira tentativa sem dificuldades com o grupo a ajudar.
Para o segundo Tito Semedo, frente a um toiro bem apresentado da sua ganadaria que cumpriu, o cavaleiro andou em plano regular, cravou ferros ao píton contrário, mas faltava toiro no embroque o que fez com que as sortes não resultassem como pretendia, terminou com um ferro “violino”.
Para a pega os amadores da Póvoa de São Miguel, na cara Rui Casca que efectuou uma boa pega à primeira tentativa, o toiro saiu com alguma pata, mas o jovem forcado não se intimidou, consentiu a investida e o grupo ajudou.
Para o terceiro Marcos Bastinhas, pela frente um muito bem apresentado Ascensão Vaz manso mas encastado, em praça estava um cavaleiro inconformado, que saiu por cima do toiro, cravou bons ferros que chegaram finalmente às bancadas, trouxe emoção e alegria a Beja, a melhor lide da tarde até ao momento.
Para a pega Alexandre Rato pelos amadores de Beja, o forcado fez quase tudo bem, cite vistoso, carregou e mandou na investida do toiro, este saiu com pata para uma reunião dura, mas o forcado aguentou com o grupo a ajudar bem, boa pega à primeira tentativa.
Seguiu-se Mara Pimenta frente ao primeiro Nuñez de Tarifa, de apresentação suficiente para um festival, um bom toiro mas com pouca transmissão, perseguia o cavalo num galope cadenciado, sem nunca apertar.
A cavaleira realizou uma lide regular, deixou bons ferros e alguns apontamentos que chegaram ao publico, pena por vezes alguns dos ferros não ficarem no toiro.
Para a pega vestindo a jaqueta do Real de Moura Gonçalo Malato, pega sem problemas à primeira tentativa, com o grupo a ajudar.
Seguiu-se um intervalo, em que a organização presenteou com algumas lembranças os intervenientes e aproveitou para divulgar a receita do festival, mais de 8000€, parabéns.
A abrir a segunda parte a lide da tarde, António Prates frente a um São Martinho colaborante e cumpridor, pequenote mas rematado. Prates está um senhor cavaleiro, a acumulação de triunfos não é com certeza fruto do acaso, cravou ferros a pisar terrenos de compromisso, ferros com ligeiras batidas ao píton contrário, excelente na brega, tirou tudo o que o toiro tinha para dar, muito aplaudido deixou grande ambiente na praça, com o público a exigir novo agradecimento nos médios.
Para a pega António Banha pelo amadores da Póvoa de São Miguel, na primeira tentativa não mandou na investida e adiantou-se no momento da reunião, na segunda tentativa descompôs o toiro ao carregá-lo a meio da viagem, fazendo com que este “ensarilhasse”, não conseguindo reunir, à terceira tentativa e com as ajudas mais em curto, conseguiu concretizar com o grupo a ajudar bem.
Para o último toiro das lides a cavalo e a prestar prova de praticante Joaquim Brito Paes, pela frente um bem apresentado António Lampreia com muita cara e sério, o toiro saiu a pedir contas e a transmitir, foi um manso encastado que veio a mais com a lide que o cavaleiro lhe deu.
Boa lide, contudo difícil e que pediu muito labor ao cavaleiro, conseguiu cravar bons ferros, foi admirável ver a forma como um jovem que toureou esta temporada pela primeira vez, enfrentou um toiro que não permitia falhas e era exigente, o público percebeu isso mesmo e presenteou-o com uma forte ovação.
Para a pega e pelo grupo da casa Moises Moura, adivinhava-se dificuldades fruto do que o toiro tinha mostrado nos capotes e no cavalo, o forcado não se intimidou, mandou vir o toiro que arrancou com pata para uma reunião dura, com um derrote violento de seguida a tentar “despachar o forcado”, mas este aguentou com braços de ferro, aguentando depois mais um forte derrote antes da entrada do primeiro ajuda, que foi muito eficiente, o grupo fechou bem junto a tábuas, concretizando assim à primeira tentativa a pega da tarde, excelente prestação dos amadores de Beja.
Para terminar a tarde que já ia longa Curro Nuñez, perante o segundo toiro de Nuñez de Tarifa, de apresentação suficiente, veio a menos com o andamento da lide, o novilheiro teve alguns pormenores interessantes, bem no capote e regular na muleta, pena não ter tido matéria prima para mais.
O Sr. Agostinho Borges dirigiu com seriedade o festival, assessorado pelo Médico veterinário Dr. Carlos Santana, no cornetim António Ruiz, abrilhantou a banda filarmónica capricho Bejense.
Gonçalo Valente e Henrique