- Moita – 11 de Setembro
- Vitor Ribeiro
- Manuel Escribano – Nuno Casquinha
- Grupo de Forcados Amadores da Moita – Cabo Pedro Raposo
- Toiros – Falé Filipe
Tarde de muito calor na 1ª corrida da Feira da Moita 2018, com grande ambiente apesar do terço de casa registado na primeira grande corrida da feira. Um cartel de figuras de valor e de superação, muito bem montado onde só faltou mais toiros a querer investir e a querer ajudar ao triunfo!
Mas comecemos pelo princípio, Vítor Ribeiro coube lhe a si o triunfo maior desta tarde, grande lide do princípio ao fim, dois compridos de praça a praça dando sempre vantagem ao toiro. Nos curtos esteve lidador, cravando 5 curtos de grande nível, entrando sempre pelos terrenos do seu oponente deixando os ferros ao estribo…Ribeiro esteve a gosto e a justificar em pleno o seu regresso ao escalafon português. Grande toiro de Falé Filipe, bravo e nobre só lhe faltando uma ponta de força.
Pelos Amadores da Moita, abriu praça o forcado Filipe Correia à quarta tentativa.
Na segunda lide de Vítor Ribeiro saiu um toiro mansote e que nunca ajudou o cavaleiro, apesar disso Vítor deu lhe uma lide de quem está moralizado e procura fazer as coisas bem, uma lide regular mas muito verdadeira.
A última pega da tarde foi efectuada com eficácia pelo forcados Fábio Silva numa grande execução à primeira tentativa!
Nas lides a pé, Manuel Escribano reaparecia na moita 12 dias após a grave colhida sofrida em Belmonte numa demonstração de raça valentia e valor, atributos pelas quais conduz grande parte da sua carreira. Esteve enorme nas suas actuações, sempre por cima dos seus oponentes e fazendo de tudo para que as lides resultassem do agrado do público. O primeiro um toiro com presença e trapio que começou muito bem a faena de muleta, humilhando e a transmitir mas cedo perdeu investida…Escribano sacou o que podia. O segundo mais dificuldades trouxe mas mais uma vez o diestro sevilhano puxou de toda a sua raça e meteu na lide o que faltou ao toiro. Escribano apesar das suas possíveis debilidades físicas, não se coibiu de bandarilhar e muito bem o seu lote com muita variedade e poderio. Muito por cima do seu lote.
Casquinha é também um caso raro de superação na nossa tauromaquia, onde a vida de um matador de toiros muitas vezes passa pelo abandono ou pela transferência do ouro para a prata, passando a ser somente mais um bandarilheiro. Mas não, Nuno não desiste e ontem deu mais um grande exemplo do seu valor, pois além de um lote complicado ainda teve de superar uma colhida muito dura onde pareceu ficar inanimado. Recuperou fôlego, encastou se e fez duas lides também elas de grande valor e poder. No primeiro usou de toda a sua experiência e raça para sacar o que parecia o toiro não ter…no segundo conseguiu desfrutar um pouco mais por ambos os pítons sendo um toiro nobre mas escasso de forças, nunca deixou a faena romper! Casquinha esteve também muito poderoso com as bandarilhas e variado com o capote. Grande imagem dos poucos toureiros apeados portugueses deu Nuno Casquinha na moita.
Boa tarde de toureiros, faltando toiros mas não faltando demonstrações de arte e valor!!!