Foi no passado dia 17 de março que João Moura Jr foi entrevistado, no Convento do Espinheiro, em Évora, pelo Diário de Notícias.
João Moura Jr teve direito a referência na capa e dupla página no interior. Falou sobre a sua vida e profissão, as dificuldades da seca e da guerra e os sonhos que tem para o futuro.
Deixamos aqui algumas passagens dessa entrevista:
- “Tenho 15 anos de alternativa e muitos mais de corridas antes e sempre toureei em Espanha, França, Equador, Colômbia, Estados Unidos… Já passei por toda a parte onde há tauromaquia, mas neste ano quis celebrar aqui. Sinto-me muito português, gosto de dar o máximo em Portugal e a temporada planteia-se da melhor maneira. Agora, que haja sorte.”
- “Faço o que mais gosto, sou realizado. E quero passar isto mesmo à minha filha, que tem 4 anos e é louca por animais.”
- “Mesmo porque à guerra juntou-se a seca e a comida produz-se no campo. Nesta altura, é suposto os animais terem pasto de sobra para comer. Mas não têm, está tudo seco. Temos de comprar alimentos porque com o que o campo está a dar eles não aguentam. (…) A despesa é muita porque não há pasto… os animalistas não têm a noção do que isto é”
- “Tive a sorte de ter uma estrutura à disposição, porque qualquer miúdo que se quer iniciar nesta profissão vai ter gastos muito grande, é economicamente difícil dar este passo. Para mim, foi melhor também porque aos 13/14 anos já ganhava dinheiro como praticante. Porque isto é uma paixão, mas também é um negócio, é uma profissão”
- “Os cavalos têm de estar bem treinados, cavaleiro e cavalo são uma só peça, tem de haver conjugação completa. E a mecânica diária é essencial para estarem certinhos na corrida”
- “Consegui modernizar uma sorte, a chamada Mourina, em que o cavalo em vez de ir a galopar para o touro vem de arrecuas. É uma sorte que eu modernizei há três anos e aquele cavalo faz diferente na praça, ele nasceu para aquilo (…) personalidade fora do vulgar”
- “Os animalistas só conhecem a realidade através do computador, não sabem nada do campo.”
- “Já realizei uma das coisas que ambicionava: sair pela porta grande de Las Ventas, mas foi só uma vez… o meu pai já saiu nove! E já toureei seis toiros no Campo Pequeno, outro sonho concretizado.”