São “justiceiros” da causa animal e para concretizarem os seus fins, que consideram moralmente superiores, cometem crimes violentos: IRA – Intervenção de Resgate Animal.
“Ana Leal” é o nome do programa de investigação jornalística que estreou esta quinta-feira no Jornal das 8 da TVI. Na primeira investigação foi revelado o IRA “um grupo violento, armado, que comete crimes e envolve figuras da política nacional”.
Tal como prometeu a jornalista, a investigação deixou mesmo o país boquiaberto e em choque com as revelações que vão de encontro àquilo que o sector tauromáquico há muito tem vindo a denunciar: fundamentalismo, radicalismo, incitamento ao ódio, têm aumentado nos últimos anos na mesma proporção em que grassou o activismo animal.
De acordo com uma reportagem trazida à luz em 1/11/2017 pelo Observador, a IRA é constituída por um grupo de pessoas na casa dos 35 anos, todos eles com trabalhos diurnos, entre seguranças privados, gerentes de ginásios, polícias, contabilistas e técnicos administrativos que «têm uma amizade construída ao longo de mais de 17 anos e alicerçada na prática de desportos de combate».
O grupo actua encapuçado para resgatar animais maltratados, mas acaba por roubá-los. Fazem perseguições armadas aos donos, entrando mesmo dentro das suas casas, ameaçam de morte quem os enfrenta.
Na entrevista aos membros do IRA que acederam falar com os jornalistas, sem dar a cara, reconheceram usar de expedientes reprováveis pela lei.
O grupo está a ser investigado pela Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária e pelo Ministério Público pelos crimes de terrorismo, assalto à mão armada, sequestro, entre outros.
Cristina Rodrigues, membro da comissão política do PAN, chefe de gabinete e braço direito do deputado André Silva poderá -ser uma das encapuçadas do IRA.
Abordada durante a investigação, a Cristina Rodrigues remeteu-se ao silêncio, alegando com isso ser advogada, assim nada comentando sobre o assunto ao abrigo do sigilo profissional (resposta que manteve perante a pergunta directa se se tratava ela própria de um dos encapuçados nos videos).
O escândalo pode atingir também o deputado André Silva que com firmeza foi dizendo que não conhecia o IRA, o que não é verdade já que ele próprio os recebeu na Assembleia da República.
No programa relataram-se situações em que as vítimas viveram momentos de grande angústia, não só por ter ficado privados dos animais como por terem sido ameaçados ou publicamente humilhados.
Isto porque um dos métodos da IRA é partilhar online todas as informações sobre os visados, incitando ao seu linchamento por todos os simpatizantes da causa, que já ultrapassam já os cinquenta mil (página do facebook).
Depois de a reportagem vir a publico o IRA já reagiu, alegando estarem em causa montagens e descontextualização.
Diz que vai rebater uma a uma as acusações, sendo certo que como argumentos usam já a vida pessoal de todos, incluindo a do jornalista que assinou a reportagem.