Festival Taurino dos 85 Anos de Fundação dos Amadores de Vila Franca: João Costa “Platanito”

Um dos antigos forcados de referência do Grupo de Vila Franca, João Costa “Platanito”, apela para a grande tarde de toiros em Vila Franca no dia 9 de Abril.

3ª Parte – Épocas 1956 a 1972

Surge 1956 e o Cabo António Porto inscreve-se como voluntário para efetuar serviço militar na Índia, de onde volta em 1957, novamente para Cabo do Grupo. Neste intervalo de tempo Sr. Carlos Constantino Cruz Silva, o “Carlos da Paula”, assume a chefia do Grupo. Nesta época alguns elementos, incluindo o Cabo, atuam por empréstimo no Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo. O Grupo vai funcionando como um conjunto em que o testemunho vai passando veloz sem consolidar um líder, mas onde reina a amizade e a camaradagem e atuando em datas bastantes importantes como na 1ª corrida diurna a ser transmitida em direto pela TV, a inauguração da Praça de toiros do Montijo no dia 22 de Setembro de 1957 e também na 1ª corrida noturna televisionada, realizada na noite de 13 de Agosto de 1958 no “Festival de Ouro da Imprensa”, que se realizou na Praça de Algés.

Em 1959, o Sr. Vasco Nuno Morais viria a chefiar o Grupo que mantinha uma grande forma e somava êxitos sobre êxitos. Vasco Nuno Morais, extraordinário forcado de cara desde os tempos de José Lourenço e que já havia passado também pelos Grupos de Forcados do Ribatejo e da “Borda D’ Agua”, revela-se um bom Cabo durante os seus primeiros anos de chefia, embora nos últimos 2 anos o número de atuações tenha sido escasso. Vasco Nuno, entretanto, deixou de pegar após ter contraído matrimónio.

Em 1963, o Sr. Victor Singeis dos Santos “Baltazar”, torna-se o novo Cabo do Grupo, num período de dificuldade em que a qualidade dos elementos no ativo não abundava, pelo que foi obrigado a recrutar vários elementos do antigo Grupo Juvenil. Entretanto o Grupo já perdera grande parte do prestígio anteriormente obtido e as relações com os empresários ressentiram-se pelo que o número de atuações reduziu drasticamente em relação a valores obtidos em anos anteriores. A única corrida desse ano pegada em Vila Franca, na Feira Anual, foi um grande sucesso, com 4 grandes pegas. Apesar de todas as dificuldades, Vítor Singeis dos Santos que nunca recuou perante essas contrariedades, acabou por lançar as bases que iriam projetar o Grupo para o futuro e deixa no ano seguinte (1964) a chefia para José Carlos Nascimento Silva “Carradinha”, jovem e valoroso forcado que havia já dado bastantes provas das suas capacidades. Mais tarde, em Lourenço Marques, despediu-se de forcado numa corrida em que participaram apenas forcados Vilafranquenses, entre os quais José Lourenço, Machado Lourenço e Jesus Lourenço e onde os toiros eram da ganadaria Palha.

O Cabo José “Carradinha” e seu irmão Vítor “Carradinha”, já anteriormente haviam fundado o antigo Grupo de Juvenis. O serviço militar e a sua chamada para Moçambique, acabou também por obrigar José “Carradinha” a colocar ponto final à carreira de forcado.

Em 1966, era a vez do Sr. Jesus Lourenço ser Cabo do Grupo. O novo Cabo era o irmão mais novo de José Lourenço, anterior Cabo no início da década de 50. Entre muitas atuações, participou no cartel da inauguração da luz elétrica na Praça de Toiros de Coruche e conseguiu chegar ao final da época com apenas um toiro pegado à 2ª tentativa (o 1º toiro da época, em Vila Franca) tendo os restantes toiros sido todos pegados à 1ª tentativa. Em Julho deste ano, Jesus Lourenço deslocou-se aos Açores a convite dos Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, pegando por este Grupo. O Cabo Jesus Lourenço, em corridas de 8 toiros nunca fardava mais de 12 forcados e acabou por ser nesta altura que surgiu um conjunto de forcados que se iriam tornar em grandes nomes como José Carlos de Matos, Domingos Barroca, José Augusto Batista “Zé da Burra”, Rogério Amaro, José Augusto Brás, Vítor Manuel Santos e José Barroca. No ano de 1967, Jesus Lourenço e Victor Singeis dos Santos foram integrados numa embaixada taurina para levarem a festa dos toiros a Macau, onde participaram nos espetáculos então realizados. Posteriormente rumou para Moçambique e com a companhia do seu irmão José Lourenço e de Vítor Singeis dos Santos, acabou por seguir a carreira em Lourenço Marques, no Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca em Moçambique. O Grupo de Vila Franca volta assim a ficar sem liderança, embora desta vez não tenha havido qualquer interregno.

A partir da época 1967 e até 1970, o Grupo assume a designação de “Grupo de Forcados Amadores Académicos de Vila Franca de Xira” e tem como Cabo o Sr. Miguel Palha que decidiu pegar no Grupo existente que já possuía um historial e algum prestígio para além de um conjunto de forcados de eleição e acrescentou o termo “Académicos” ao nome, de modo a criar um assumir da figura do forcado perante as elites que dominavam a “Festa”. Estas épocas deram uma grande estabilidade e consistência ao Grupo de Vila Franca, quer no número de corridas, quer na evolução da qualidade dos seus elementos. Foi uma altura em que o Grupo ganhou uma projeção que ultrapassou os limites das arenas. Em 1969, Destaca-se uma corrida já após a Feira Anual de Outubro em Vila Franca, onde se fardam várias gerações de forcados antigos e atuais como António Porto, Roleta, Mário Matos, Zé da Jockey, Vasco Nuno Morais, Maçaroca e Zé Manel do Carregado. A época de 1970 terá sido a mais proveitosa sob o comando do Cabo Miguel Palha, em termos de corridas.

O testemunho foi passado ao Sr. Vítor Manuel Santos “Arregaça” que assumiu o papel de Cabo em 1971. Destaques para grandes atuações a 2 de Maio de 1971 num Concurso de Ganadarias em Vila Franca de Xira, competindo com o Grupo de Lisboa e em Junho, na Feira da Agricultura de Santarém. A meio da época de 1972, este Cabo reverte o nome do Grupo, regressando a designação original de “Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira”. Durante a época de 1972, é destacado para Angola devido a motivos profissionais e deixa o Grupo sob o comando interino de José Carlos de Matos e de António Tomás. Na época seguinte, em 1973, os destinos do Grupo ficam em definitivo entregues ao Sr. José Carlos de Matos.

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