Festival Taurino dos 85 Anos de Fundação dos Amadores de Vila Franca: Guilherme Borba “Manucho”

Guilherme Borba, mais conhecido por “Manucho”, vai ser um dos antigos forcados que vai voltar a vestir a jaqueta do Grupo de Vila Franca, no próximo dia 9 de Abril.

 

 

4ª Parte – Épocas 1973 a 1982

Em 1973, já com o Cabo José Carlos de Matos abre-se um novo ciclo da história, em que Grupo é então invadido pela juventude. De tal modo é o entusiasmo e a aderência de elementos que é criado na mesma altura o atual Grupo de Juvenis. Nesse mesmo ano o Grupo de Vila Franca aparece em grande forma no concurso de ganadarias na “Palha Blanco”, onde alterna com mais dois Grupos e conquista o troféu “Forcado de Prata” destinado a premiar a melhor pega, protagonizada pelo forcado Idalécio Pereira.

Na época de 1974, o Grupo partiu para França, numa animadíssima viagem de comboio, para cumprir um contrato de 4 corridas da sua primeira digressão internacional de sempre. Foi uma estreia dura onde uma das corridas ficou conhecida como o “massacre de Beaucaire”, tal a quantidade de forcados que se lesionaram a pegar e a ajudar os 6 toiros nesse dia.

Na época de 1976, o Grupo finalizou a época como “puntero” visto ter sido o Grupo de forcados que mais corridas pegaram nessa época. Em Maio, João Costa “Platanito” ganhou o troféu “Forcado de Prata” para a melhor pega do concurso de ganadarias em Vila Franca. Em Outubro, num Festival, fardam-se antigos e atuais forcados.

Em 1977, João Costa “Platanito” vence novamente o troféu “Forcado de Prata” pela melhor pega no concurso de ganadarias de Maio na “Palha Blanco”. Em Agosto, o Grupo acabou por passar uma provação ao ter de pegar 6 imponentes toiros Norberto Pedroso na Nazaré numa noite em que ia preparado para pegar apenas 3 toiros. Nesse dia o Grupo encontrava-se dividido por haver outra corrida em Nisa na parte da tarde. Divergências com a empresa, originaram que o Grupo de Lisboa se recusasse pegar e o Grupo de Vila Franca acedeu a pegar os 6 toiros e efetuou uma grande exibição. O reconhecimento por parte da Associação Planalto refletiu-se num prémio para o “Melhor Grupo da Época” na Nazaré e valeu uma corrida anual sempre no primeiro sábado de Agosto, dedicada ao Grupo de Vila Franca, durante várias épocas. No dia seguinte em Abiul, o Grupo pegou mais 4 toiros, totalizando 14 toiros pegados nesse fim-de-semana. Nesta época, o Grupo de Vila Franca voltou a ser “puntero” mas não pegou na Feira Anual de Outubro visto a empresa da “Palha Blanco” não ter cedido a corrida de terça-feira noturna ao Grupo de Vila Franca.

Na época de 1978, pela terceira vez consecutiva, o Grupo de Vila Franca voltou a ser “puntero”. No Domingo de Ramos dessa época, em Março, um imponente curro de Palha com peso médio de 600 Kg foi pegado em Vila Franca, na apelidada na altura, “Corrida do Século”. Em Setembro, na Feira Taurina da Moita do Ribatejo, o Grupo enfrenta um toiro “cruzado” sem pega possível e as mais de 10 tentativas de pega e toda a valentia empregue não foram suficientes para pegar o toiro. Apesar disso, a vontade e a grande exibição de valentia valeram ao Grupo a distinção com o troféu de “Melhor Grupo de Forcados” dessa Feira Taurina. A época iria findar com uma corrida de homenageou ao forcado Domingos Barroca, numa tarde de grande sentimento e emoção em que os Grupos de Lisboa e de Vila Franca se uniram na justa homenagem a este grande forcado que havia sido atingido por uma grave e irreversível lesão.

Em 1979 surgiu um convite a Rogério Antunes e António Manuel Inácio “Necas” para fazerem parte de uma seleção de forcados que se deram pelo nome de “Forcados Amadores de Portugal”, para irem pegar toiros ao México e nessa Monumental, estes dois forcados fizeram duas grandes pegas. O jornal “A Capital” noticiava: “60 mil espectadores aplaudiram de pé a pega de Rogério Antunes”. Em Maio, Luís Lino, ganhou o troféu “Forcado de Ouro” em Salvaterra de Magos. Em Santarém, no mês de Junho, o Grupo pegou a corrida TV, tendo sido a primeira vez que os Grupos de Vila Franca e de Santarém pegaram juntos, numa corrida onde se despediu o Cabo do Grupo de Santarém, José Manuel Souto Barreiros. Nesta época o Grupo de Vila Franca é “puntero” pela quarta vez consecutiva e é considerada como a melhor época de sempre do Grupo de Vila Franca até aquela altura.

Na época de 1980, Vasco Medinas de Oliveira, na corrida da feira de Salvaterra de Magos, conquistou o troféu para a melhor pega. Num sábado, o Grupo de Vila Franca pegou 6 toiros Norberto Pedroso à tarde na Nazaré e 3 toiros Murteira Grave à noite no Cartaxo, não tendo repetido qualquer forcado da cara nem qualquer 1º ajuda, numa grande demonstração de qualidade e disponibilidade de recursos.

Surge a época de 1981 e na Nazaré, Jorge Faria recebeu o prémio para a melhor pega e em Agosto, o Grupo participa nas 2 corridas que inauguram a praça de toiros de Aldeia da Ponte. Em Setembro, uma atuação em Vila Franca é considerada “apoteótica” pela crítica da especialidade. Foi com naturalidade que nesta época de 1981 o Grupo de Vila Franca foi premiado com o “Prémio de Imprensa”, na altura, o mais importante do panorama taurino e destinado a premiar o melhor Grupo da época.

O ano de 1982 seria a última época para o Cabo José Carlos de Matos. No Colete Encarnado, as Tertúlias vilafranquenses homenagearam o Grupo de Vila Franca, tendo sido descerrada uma placa comemorativa nas arcadas da “Palha Blanco”. Neste ano, foi formada uma comissão de honra para a comemoração dos 50 anos do Grupo de Vila Franca e em Outubro foi montada uma exposição retrospetiva do historial do Grupo e lançada uma medalha de bronze comemorativa. A Terça-Feira Noturna da Feira Anual dessa época foi a corrida de despedida para Rodrigo Pereira e para o Cabo, José Carlos de Matos.

Artigos Similares

Destaques