- Praça de Toiros Libânio Esquível, Mourão
- 1 de fevereiro de 2024
- Cavaleiros: Diogo Oliveira (praticante), Francisco Maldonado Cortes (praticante) e Vasco Veiga (amador)
- Novilheiros: João D’ Alva, Tristán Barroso e Gonçalo Alves
- Forcados: Amadores de Évora
- Ganadaria: Dr. António Silva
- Lotação: Praça cheia
Como manda a tradição, inaugurou-se hoje em Mourão a Temporada 2024. Contrariando todas as adversidades, os aficionados mostraram a sua força e deslocaram-se à Praça de Toiros Libânio Esquível que registou uma bonita moldura humana.
O cartel, repleto de jovens, despertou a atenção dos aficionados que tiveram ali a oportunidade de comprovar as expetativas que têm vindo a ser depositadas nalguns novos nomes do toureio equestre e apeado.
Foram lidados seis novilhos da Ganadaria Dr. António Silva, bem-apresentados os quatro últimos, pequenotes e feios de cara os dois primeiros. O primeiro denotou algumas carências de forças, mas foi a mais no decorrer da lide; O segundo, embora metesse bem a cara na muleta, procurava o refúgio das tábuas após os muletazos; Ao terceiro, cumpridor, faltou algum som na investida; Dos lidados a cavalo, destaque para o lidado em quinto lugar que perseguiu o cavalo com nobreza dando bom jogo; O quarto serviu para a função; O que fechou a corrida esperava no momento do ferro, dificultando o labor do cavaleiro nalgumas ocasiões.
Abriu praça o novilheiro João D’ Alva, que recebeu o seu oponente com bonitas verónicas. Esteve correto com as bandarilhas. De muleta, iniciou a função com um passe cambiado pelas costas rodilla en tierra que perdeu algum brilho dado que o novilho ficava curto nos passes. No decorrer da faena, o jovem novilheiro encurtou distâncias e a função subiu de tom, ficando na memória a vontade do novilheiro em agradar.
Tristán Barroso apresentou-se pela primeira vez em Portugal. Esteve discreto de capote. Do tércio de bandarilhas levado a cabo pela sua quadrilha, destaque para o segundo bom par. Na muleta, deixou bonitas tandas por ambos os pitóns, tentando contrariar a crença do oponente. Esteve esforçado e vistoso, tentou templar as investidas do novilho e a sua atuação saldou-se como positiva.
Fechou a parte apeada do festejo o novilheiro português Gonçalo Alves, que tem vindo a dar nas vistas no país vizinho. Esteve muito bem de capote na série de verónicas iniciais. No tércio de bandarilhas luziu-se, chegando ao público que o aplaudiu. Na muleta, tentou construir uma faena ligada, com bonitos momentos por ambos os pitóns.
Transposto o equador do festejo, Diogo Oliveira deu início às lides equestres. Esteve correto na cravagem da ferragem da ordem, bem como na brega de preparação das sortes. Sentiu algumas dificuldades em colocar o novilho em sorte na fase inicial da ferragem curta, conseguindo suplantá-las com o decorrer da atuação.
Francisco Maldonado Cortes foi o encarregue de lidar o quinto da ordem. Esteve correto na ferragem comprida e, com a mesma montada, deixou um muito bom primeiro ferro curto. Lide bem conseguida, com destaque maior para a brega. A lide terminou com um ferro de palmo do agrado do público.
Fechou o festival o cavaleiro amador Vasco Veiga que impressionou pela sua forma de tourear. Encantou-me pela sua genialidade e pela forma como improvisou durante a lide. Faz falta improviso para marcar a diferença. Esteve bem na ferragem comprida. Nos curtos, destaque maior para o segundo da função, dando vantagens ao toiro, reunindo de forma cingida e com verdade. Olé! O terceiro, num rasgo de inspiração, recriou-se no cite e deixou um ferro que chegou com muita força ao público, bem como o remate do mesmo. Terminou a função com um bom ferro em sorte de violino.
No capítulo das jaquetas de ramagens, abriu a temporada o Grupo de Forcados Amadores de Évora. Francisco Cabeçana concretizou de boa forma ao segundo intento, contando com uma grande primeira ajuda, a primeira pega desta Temporada 2024. Rodrigo Cartaxo fechou-se à primeira tentativa na pega ao quinto da ordem. Fechou praça Francisco Valverde que mostrou determinação e concretizou com muito mérito à primeira tentativa.
Por último, é de enaltecer a afición da organização e o compromisso para com os aficionados, fazendo todos os possíveis para levar o espetáculo por diante.
