Triunfo Ganadeiro no Coliseu de Elvas

O Coliseu de Elvas recebeu um cartel atractivo, estando em praça 3 jovens cavaleiros pertencentes às mais consagradas dinastias da região, para lidar toiros da emblemática ganadaria Pinto Barreiros. Nas pegas, os Grupos de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, Académicos de Elvas e Coimbra.

Perante meia casa, abriu praça João Moura Caetano, perante um bonito toiro flavo raiado. O cavaleiro de Monforte andou discreto, conseguindo dois curtos de boa nota, a um toiro que era muito bravo, mas justo de forças, tendo o final da lide ido a menos. No seu 2º toiro voltou a andar regular, e sem conseguir muita ligação ao público.

O Marcos Bastinhas tem lides alegres e ritmadas, que agradam ao público de Elvas. A primeira foi regular, terminando com o par de bandarilhas e desmontando-se no final para agradecer ao público, parecendo-me um final demasiado exuberante para lides regulares, que teria maior impacto se acontecesse em lides redondas, como foi o caso da sua segunda, a um 5º toiro muito bravo que deu direito a volta do ganadeiro.

Começou com muita vontade, recebendo à porta dos curros, e dobrando-se bem até parar um toiro que saiu com pata. Depois cravou dois bons compridos, esteve bem nos curtos, com um toiro que se arrancava com pata, rematando as sortes com uma boa brega, terminando a lide com dois pares de bandarilhas a um toiro com muita mobilidade que foi sempre bravo.

Miguel Moura veio a Elvas com muita vontade, começando a primeira lide com uma porta gaiola, que resultou no momento da noite. Um grande ferro comprido, que fez toda a praça vibrar, levantando a praça. O resto da lide não teve história, sendo este o toiro menos bravo e com menos mobilidade da corrida, que apesar de estar também próximo dos 500kg, tinha um ar muito “anovilhado”.

O último toiro era o maior da corrida, foi bravo e encastado, e resultou numa boa lide ao estilo Moura, com bons ferros com a batida ao piton contrário, levando a emoção à bancada e terminando a corrida em crescente.

No que toca às pegas, os toiros não foram complicados, com cinco pegas à 1ª tentativa e apenas uma pega à 4ª, com os toiros a empurrar, entrando pelos grupos, sem muita violência.

Abriu praça a Tertúlia Terceirense através de Francisco Matos, que colocou o barrete a meia praça, e andou para o toiro calmo, carregando e fechando-se bem a um toiro que estava curto de forças e que entrou pelo grupo que ajudou bem, consumando à 1ª. A segunda pega do grupo açoriano foi uma pega vistosa, com o forcado Luis Baldaya Cunha a estar muito correcto à frente do toiro, que se arrancou de largo, com o forcado a aguentar bem e empurrou com pata até às tábuas.

Pelos Académicos de Elvas, foi para a cara do primeiro o forcado João Bandeiras, que esteve algo nervoso, e adiantou-se um pouco e não conseguiu reunir da melhor forma na 1ª tentativa, saindo muito combalido. Após algum aparato, com o forcado a ter dificuldade para se recuperar decidiu voltar à cara do toiro, mas não estava nas melhores condições, voltando a não conseguir aguentar o 1º derrote. Foi dobrado pelo forcado Paulo Barradas Maurício, que também não conseguiu reunir à primeira e fechou a pega à córnea na sua 2ª tentativa.

A pega ao 5º toiro foi realizada pelo forcado António Machado, que colocou o barrete junto às tábuas, citou com muita calma, e carregou no momento certo, recuando pouco e fechando-se bem na cara do toiro, com o grupo a dar distâncias.

Pelos amadores de Coimbra pegaram Marcos Prata correcto à 1ª, a um toiro com menos pata, mas com o grupo a ajudar bem, e o cabo José Freire a fechar a noite com um cite muito exuberante, a um toiro que tinha força, e empurrou até às tábuas.

O destaque vai para o comportamento dos toiros, que cumpriram e tiveram muita mobilidade, com destaque para o primeiro e os dois últimos que foram verdadeiramente bravos, proporcionando uma boa corrida. De nota negativa apenas o longo período de intervalo, que retira algum ritmo ao espectáculo.

 

foto: José Foles

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