Alcácer do Sal vestiu-se de Gala à Antiga Portuguesa para comemorar o Centenário da Praça João Branco Núncio

  • 2 de Outubro de 2022
  • Praça de Toiros João Branco Núncio em Alcácer do Sal na comemoração do
    Centenário
  • Corrida de Toiros de Gala à Antiga Portuguesa
  • Cavaleiros: João Moura Caetano, Marcos Bastinhas, Duarte Pinto, Andrés Romero, Francisco Núncio e Joaquim Brito Paes
  • Grupos de Forcados Amadores de Montemor e Lisboa, capitaneados
    respectivamente, por António Pena Monteiro e Pedro Maria Gomes
  • 6 Toiros da Ganadaria Ascensão Vaz

A vila alentejana de Alcácer do Sal, por ocasião da Feira Nova, comemorou o
Centenário da sua praça de toiros, que leva o nome dessa figura ímpar do toureio
equestre, que foi Mestre João Branco Núncio, com uma corrida de toiros de Gala à
Antiga Portuguesa, cujo cortejo evocativo das festividades do século XVII, partiu da
praça e percorreu a principal artéria da vila regressando ao tauródromo, onde
tiveram inicio as cortesias, à maneira antiga, onde não faltou o timbaleiro e os
charmeleiros, interpretados pela charanga da GNR e o cortejo, com os intervenientes
do espetáculo, os cavaleiros, transportados por coches, adornados com as figuras da
época.

Na arena estavam os págens, e os porta estandartes das principais Casas Reais que
tomavam parte nos festejos e para terminar a Azémola das Farpas, transportada
pelos forcados, que fizeram jus à tradição. Nas bancadas, a sombra à cunha, o sol
com apenas alguns lugares vagos, ou seja casa cheia.

Dos seis toiros lidados, cinco de Ascensão Vaz e um de Canas de Vigouroux, estavam
bem apresentados, deram jogo regular, com destaque para o quarto, dos campos do
alentejo, que foi bom e mereceu volta ao ganadeiro, representado pelo Maioral da
casa, Dionísio Grilo.

Abriu a função, João Moura Caetano, que enfrentou um encastado toiro de Ascensão
Vaz, que apesar das contrariedades, conseguiu dar a volta à papeleta, despachando a
ferragem da ordem ao som de música.

Em segundo lugar deveria romper na arena o número 212 de Ascensão Vaz, para
Marcos Bastinhas, mas por lapso, do pessoal de serviço aos curros, saiu o 257, que
em sorteio tinha calhado a Duarte Pinto. Após breves momentos e clarificado o
equívoco, o Marcos retirou-se e entrou Duarte Pinto, que esteve esforçado, tentando
dar a lide adequada ao adversário, que se adiantava e comprometia no momento do
ferro. Mesmo assim, o cavaleiro de Paço de Arcos, desenvolveu uma lide
harmoniosa, bem conseguida e ao som de música.

Em terceiro lugar, foi reposta a ordem de lide, através de Marcos Bastinhas, que no
seu estilo peculiar, arrebatou o público, logo de inicio, mesmo falhando o primeiro
curto, não deslustrou o resto da lide onde não faltaram as levadas, os ferros de
palmo e o já tradicional par de bandarilhas a duas mão, tudo isto ao som dos acordes
da banda de serviço.

A segunda parte da corrida, abriu com a participação do rejoneador, Andés Romero,
que deu lide a um bom exemplar de Ascensão Vaz, que foi premiado com volta ao
ganadeiro e que Andrés, soube tirar partido. Despachou a ferragem comprida e com
as bandarilhas curtas e ao som de música, levou a água ao seu moinho, com o
conclave a retribuir com prolongados aplausos.

O jovem Francisco Núncio, a quem coube lidar o sobrero de Canas de Vigouroux,
começou acertado, mas depois, na ferragem curta alternou o certo com o menos
correto, sofrendo vários toques na montada, contudo, poder-se-á considerar uma
atuação positiva.

Fechou a função o mais novo de alternativa, Joaquim Brito Paes, bem montado, teve
pela frente o toiro mais pesado da corrida, um Ascensão Vaz, com 565 quilos de
peso, que se deixou lidar, proporcionando ao cavaleiro de Torres Vedras, uma
atuação limpa, com bons momentos de toureio, a deixar antever um futuro
auspicioso, dignificando a casa que representa.

Em saudável competição as jaquetas grená de Montemor-o-Novo e de Lisboa,
comandadas, pelos cabos António Pena Monteiro e Pedro Maria Gomes.

O Grupo Alentejano, iniciou a sua atuação através de Manuel Carvalho que ao
terceiro intento, levou de vencida o adversário, seguiram-se, José Maria Marques e
Bernardo Dentinho, ambos à primeira tentativa.

Pelo Grupo da Capital, foram solistas Duarte Mira, à quarta tentativa, Nuno Fitas ao
primeiro intento e Duarte Nascimento, que precisou de quatro tentativas, para
consumar a sorte de caras.

A direção da corrida esteve a cargo do delegado Domingos Jeremias, assessorado
pelo médico veterinário Feliciano Reis e pelo cornetim Nuno Massano.

Abrilhantou o espetáculo a Banda de Musica da Sociedade Filarmónica Visconde de
Alcácer.

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