“Que a época fique marcada com corridas de qualidade”

A temporada do Grupo de Forcados Amadores da Chamusca está quase a começar, por isso, a Tauronews esteve à conversa com Nuno Marecos, cabo do grupo, que nos contou como está a gerir esta nova temporada onde comemoram 45 anos de existência 

O Grupo de Forcados Amadores da Chamusca estão a preparar a próxima época em grande e, no sábado, tiveram um dia de diversão com uma “guerra” de Paintball entre os elementos do grupo. A Tauronews esteve à conversa com Nuno Marecos, cabo da Chamusca que nos revelou como tem corrido a preparação da temporada.

“O primeiro treino que efectuámos foi na Praça de Toiros da Chamusca, que decorreu de uma forma muito produtiva, e a preparação para a temporada de 2019 está a decorrer muito bem. Temos mais treinos agendados e mais algumas actividades de pré-época definidas para que quando o início de época chegar possamos estar na nossa melhor forma para encarar os desafios da 45ª temporada do Grupo de Forcados Amadores da Chamusca”, diz o cabo.

Ao longo dos tempos, tem existido muita afluência de jovens que querem ser forcados. “Sim, realmente tenho notado que na Chamusca, e em particular no nosso grupo, tem havido um crescente aumento de interesse por parte dos mais novos em estarem ligados às tradições da terra, neste caso os forcados. Tivemos um excelente exemplo disso no nosso primeiro treino, com um vasto leque de miúdos que treinaram e deram assim o mote para que os apoiássemos e incentivássemos cada vez mais no seu percurso de forcados e aficionados”, recorda Nuno.

Como apareceram bons jovens a querer ser forcados, alguns foram integrados no grupo. “Temos elementos novos nesta temporada. Fomos realmente surpreendidos pela quantidade de novos elementos que apareceram para treinar. Alguns deles, como é óbvio, estão agora a dar os primeiros passos como forcados, mas também fomos surpreendidos por alguns jovens com talento natural para a pega”, revela.

Os Amadores da Chamusca já tem “algumas datas confirmadas. Posso, para já, adiantar as que são conhecidas do público em geral, sem, no entanto, querer revelar as datas que ainda não foram anunciadas pelas respectivas empresas”, conta Nuno e avança: “Chamusca 6 de Abril, Cartaxo 1 de  Maio, Chamusca 30 de Maio, Campo Pequeno 6 de Junho, Chamusca 3 de Agosto, Cazaubon (França) 24 de Agosto, Chamusca 28 de Setembro”. Sobre o número de corridas que vão realizar, Nuno acredita que “Penso que o número de corridas a realizar pelo Grupo de Forcados Amadores da Chamusca, este ano, será muito similar ao ano anterior e deverá rondar as 10 corridas”.

Sobre a nova temporada, que está prestes a começar, “as expectativas são elevadas, mas realistas, pois no ano em que comemoramos o nosso 45º aniversario, obviamente que, tentamos que a época fique marcada com corridas de qualidade e que os níveis das actuações do grupo se mantenham superiores, como tem sido nosso hábito. Mas acima de tudo, que o público e os aficionados que nos acompanham nas nossas actuações não saiam defraudados e que as expectativas deles em relação ao nosso grupo se confirmem realmente positivas”.

Na opinião de Nuno Marecos “a tauromaquia vista de uma forma global está bem de saúde, exemplo disso é os cerca de meio milhão de espectadores que se deslocam às praças de toiros todos anos para assistirem aos espectáculos, isto em termos quantitativos”, diz. E acrescenta: “Por outro lado, em termos qualitativos, penso que se consegue fazer melhor a todos os níveis – tanto em inovação nos cartéis, qualidade dos toiros apresentados, duração dos espectáculos – só assim, criando atractivos de qualidade, se conseguirá trazer ainda mais pessoas às  praças”.

Para este cabo, “o forcado continua a ser o elemento fundamental da corrida de toiros em Portugal. Diria que somos mais valorizados agora do que antigamente, mas passo a explicar. A meu ver, o forcado de agora, e com a evolução técnica da pega, consegue de uma forma natural demonstrar que a pega de caras teve uma evolução positiva ao longo dos anos. Os forcados são e tem de ser cada vez mais toureiros, têm de ser conhecedores do toiro, dos terrenos que pisam, das distâncias que precisam para que uma pega resulte, daí o «Parar, Templar, Mandar». Esta evolução natural fez com que os forcados de hoje em dia sejam mais valorizados e a pega de caras cada vez mais reconhecida como uma forma de arte”, termina Nuno Marecos.

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